Outro fator determinante é a incerteza e o medo existentes no país, escreveu a pesquisadora Rana Ali Adeeb, da Universidade Concordia em Montreal, Canadá, que estuda como as emoções moldam a percepção de notícias falsas. “O contágio emocional das notícias falsas é especialmente perigoso em tempos frágeis como este”, disse em um artigo de opinião publicado em dezembro no jornal The Gazette.Tudo isso torna as pessoas comuns “muito mais vulneráveis à desinformação, algo que os apoiadores de Assad, o Irã e a Rússia sabem e estão explorando”, argumenta Al-Shimale.O papel de atores estrangeirosAo longo dos quase 14 anos de guerra civil na Síria, diversos países se posicionaram a favor ou contra o regime de Assad. Pesquisadores já dão como certo que os aliados mais fervorosos de Assad, Rússia e Irã, conduziram ou apoiaram campanhas de desinformação contra a oposição síria. Agora, a suspeita é que esses atores internacionais estejam novamente desempenhando um papel semelhante.”O aparato de manipulação de informações da Rússia e do Irã tem operado a plena capacidade”, escreveu Marcos Sebares Jimenez-Blanco, pesquisador do German Marshall Fund, em meados de dezembro. “[Eles estão] buscando moldar a narrativa em torno dos acontecimentos na Síria para compensar suas derrotas militares, estratégicas e geopolíticas.”Al-Shimale, do Verify-Sy, afirma que diversas páginas falsas foram criadas no Facebook em dezembro, com nomes que imitam grupos de monitoramento de direitos humanos, mas que focam principalmente na comunidade alauita. Usando desinformação e contas falsas ou automatizadas e robôs, essas páginas fakes espalham medo entre os alauitas e os incitam a aderir à resistência armada, segundo ele.
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