As mulheres negras, portanto, estão no núcleo da vida cultural, econômica e social da capital baiana. No entanto, essa proporcionalidade massiva na sociedade não se reflete na política, particularmente nas eleições municipais de 2024, onde elas ocupam somente a posição de vice nas principais chapas.As candidatas à vice, além de atenderem à obrigatoriedade da legislação, funcionam porquê pontes para discussão de debates centrais para cidade porquê geração de tarefa e renda – Salvador é recordista de mulheres chefes de família – e instrução, já que a taxa sobre creches e escolas públicas municipais é fundamental para a inserção feminina no mercado de trabalho. Assim, os partidos políticos em Salvador foram buscar mulheres com perfis de ativismo e reconhecidos trabalhos sociais, tentando se valer da identificação das eleitoras.Perfis das vices candidatasA educadora popular e coordenadora do MSTB (Movimento Sem Teto na Bahia), Miralva Alves Promanação, a Dona Mira, concorre com Kleber Rosa, em uma placa negra e genuína do PSOL. Doutora em ciências sociais e militante do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terreno), Fabya Reis (PT) integra a placa com Geraldo Júnior (MDB), com escora do atual governador da Bahia, Jeronimo Rodrigues (PT), do qual era secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social. Já Ana Paula Matos (PDT), que disputa a reeleição ao lado de Bruno Reis (União Brasil), atual prefeito, exerceu diversos cargos na gestão municipal, incluindo a Secretaria Municipal da Saúde. Ela também foi vice na candidatura de Ciro Gomes à presidência da República em 2022.As três candidatas, autodeclaradas negras, possuem qualificações suficientes para encabeçar chapas ao Executivo, porém são limitadas pelo poder patriarcal que impera nos partidos políticos brasileiros. A escolha de mulheres negras para esses cargos é um gesto calculado de tentativa de atração do eleitorado feminino sem, de indumentária, romper com uma estrutura machista e racista que mantém homens, na maioria brancos, em posições centrais de comando.Progressão restringido de candidaturas de mulheresDados do TSE mostram que a proporção de candidatas mulheres cresceu muito pouco neste ano na verificação com 2020. Mesmo representando 51% da população brasileira, nas eleições municipais deste ano, as mulheres são 15% das candidaturas à prefeitura em todo o país, 23% das candidaturas a vice e 35% das candidaturas à vereança.
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