BNDES assina contrato de R$ 10 milhões para projeto na Pequena África

BNDES assina contrato de R$ 10 milhões para projeto na Pequena África

O Banco Vernáculo de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou nesta quarta-feira (28) um contrato de financiamento de R$ 10 milhões com uma coalização de organizações negras para fortalecer as instituições de memória do território da Pequena África, na região médio do Rio de Janeiro. No lugar, fica o sítio arqueológico Cais do Valongo, Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco, e principal porto de ingresso de africanos escravizados no Brasil.

O consórcio vencedor é formado pelo Meio de Pronunciação de Populações Marginalizadas (CEAP), pela PretaHub e pela Diaspora.Black. O aporte do BNDES acontece por meio da Dimensão de Desenvolvimento Social e Gestão Pública. O objetivo é que o investimento totalidade do projeto, chamado de Viva Pequena África, chegue a R$ 20 milhões, com os outros R$ 10 milhões sendo captados junto a doadores.

O consórcio atuará em cinco eixos. O primeiro prevê um investimento de R$ 11 milhões em projetos culturais baseados na identidade cultural e originalidade negra, capacitação e fortalecimento das organizações sociais. O segundo, orçado em R$ 2 milhões, tem porquê foco a realização da Mostra Cultural Viva Pequena África e geração do Selo Viva Pequena África.

O terceiro, com investimento de R$ 500 milénio, prevê a realização do Seminário Internacional Viva Pequena África sobre valoração, proteção e disseminação do patrimônio cultural. O quarto, com aporte de R$ 548 milénio, focará na sistematização das tecnologias sociais desenvolvidas pela comunidade, geração de memórias e novas narrativas de empoderamento social. E o quinto, no valor de R$ 1,7 milhão, prevê o mapeamento dos territórios de memória afro-brasileira e investimento em projetos de desenvolvimento lugar.

“Estamos muito felizes em criar esse consórcio e iniciativa pioneira, pois é uma oportunidade de ressaltar a prestígio da Pequena África não só porquê um lugar de memória e resistência, mas também porquê motor de desenvolvimento econômico sustentável para a população negra. Com a iniciativa, vamos solidar o território porquê principal direcção de afroturismo no mundo com o protagonismo da comunidade lugar”, disse Antonio Pita, cofundador e COO da Diaspora.Black.

Segundo o BNDES, a seleção do consórcio teve requisitos de isenção racial e envolveu a escuta ativa de instituições e atores atuantes no território.

“Esse processo foi crucial nas nossas decisões. Em muitas intervenções, mesmo quando voltadas ao resgate histórico e valorização do espaço urbano, o resultado foi a exclusão e a gentrificação, com o encarecimento do dispêndio de vida, expulsão dos antigos moradores e aprofundamento da segregação socioespacial. Exatamente porque não se buscou a participação, o empoderamento dos coletivos ali presentes. Isso é exatamente o que nós queremos evitar”, disse a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

A ministra da Paridade Racial, Anielle Franco, celebrou a assinatura do contrato e os projetos de preservação da memória afro-brasileira.

“Quantas vezes a gente teve a nossa memória apagada e negada. E essa é uma região que tem muito a nos ensinar. Falamos de uma memória viva, que precisamos cultivar. E um país que não tem memória está fadado a cometer os mesmos erros”, disse a ministra.

O território da Pequena África também está inserido em estudo estruturado pela Dimensão de Soluções para Cidades do BNDES, entregue à Prefeitura do Rio em dezembro de 2023. O projeto inclui a revitalização de áreas do “Região da Vivência e Memória Africana no Rio de Janeiro” e a conservação das áreas do Meio Cultural José Bonifácio, Cemitério dos Pretos Novos (IPN), Cais do Valongo e da Imperatriz, Jardins do Valongo, Largo do Repositório e Pedra do Sal.

Durante o evento, o BNDES assinou adesão ao Movimento pela Justiça Racial (Movimentar) e ao Índice de Justiça Racial nas Empresas (Iere), da Iniciativa Empresarial pela Paridade Racial. A instituição assumiu dez compromissos com a paridade racial, a implementação e ampliação de ações para superar o racismo e a discriminação no envolvente corporativo.



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