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Fliparacatu reúne 63 autores nacionais e internacionais

No coração do Festival, a livraria. Mãos grandes. Mãos pequenas. Mãos experientes. Tem tal livro? Tem aquele outro?

É mal os paracatuenses recebem a 2° edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. Com o tema “Paixão, literatura e variedade”, o evento reúne 63 autores nacionais e internacionais. Na programação, nomes porquê Conceição Evaristo, Itamar Vieira Júnior, Jeferson Tenório, Edney Silvestre, Igiaba Scego. Porquê homenageados, Ailton Krenak e o poeta Lucas Guimaraens. Autores locais também farão o lançamento dos seus livros durante o evento, que conta com uma intensa programação que vai desta quarta (28) até o domingo.

A livraria – montada mormente para o evento – é um dos pontos altos. A cidade mineira, que fica a 500 quilômetros da capital, Belo Horizonte, não tem uma. A livraria pública e a internet são as opções para os que são da cidade.

“As crianças pegam, sentem, veem quantas páginas têm no livro”, comemora Priscila Faria, nutricionista que visitante o espaço junto com as filhas. Para ela, uma vez por ano é pouco.

Sensação compartilhada pela professora Denilva Souza Dias. Para ela, a livraria é “o melhor de tudo”. Denilva apresenta os livros da livraria da escola para os alunos. Leitora de romances, a professora acredita que o Festival pode ajudar a gerar o hábito da leitura entre os moradores da cidade. Para isso, em sua opinião, precisa ser melhor divulgado e ter livros com valores mais acessíveis. “Quem não lê não compra livro barato, muito menos dispendioso”, acredita.

Para Afonso Borges, idealizador e presidente da Fliparacatu, o apreço pela livraria vem do traje de o livro ser “o núcleo de tudo, um muito perene, que se eterniza”. 

“O livro está presente, tem sua autonomia, tem sua história própria. Cada pessoa que entra num livro recria aquela história diante da sua própria experiência. Portanto o legado que fica são as experiências pessoais”, afirma. 

Borges conta que as mesas, oriente ano, não terão tema definido. A teoria é fazer com que os autores sentem e conversem sobre o que está no coração deles. Além de falarem da mágica da geração literária de cada um e dos autores com a cidade de Paracatu. 

Cidade esta que, continua Afonso Borges, conta com a tradição de Afonso Arinos, responsável de “Pelo sertão”, coletânea de contos que teria fundado a literatura regional brasileira, publicada em 1898. 

“Paracatu tem a tradição de Afonso Arinos, figura medial, fundante da literatura regional brasileira. Venerado por Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Mário de Andrade… e está esquecido, escondido, na literatura brasileira. Eu acho que, só por isso, vale a pena fazer um festival literário cá em Paracatu”, aponta Borges.      

Na mesa de brecha, Afonso relembrou a primeira edição, que reuniu 24 milénio pessoas. Já Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, patrocinadora do Festival, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, lembrou que a cultura tem um poder transformador também na economia, gerando postos de trabalho e desenvolvimento. 

O Festival Literário conta ainda com programação infantojuvenil, oficinas, terreiro de economia criativa, com empreendedores locais, exposições e um Prêmio de Traçado e Redação, que mobilizou alunos da rede escolar de Paracatu. A programação é gratuita, espalhada em 10 pontos do núcleo histórico da cidade. 

 

* A repórter viajou a invitação da mineradora Kinross



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