Leonardo Sakamoto

Lula lidera entre empreendedores, mas CLT descontente é risco em 2026

Num segundo turno, Lula tem 48% quando o adversário é Tarcísio, que ostenta 39%. Considerando a população economicamente ativa, o resultado é 46% a 41%. Só assalariados CLT: Tarcísio, 43%, e Lula, 39%. E só autônomos: Lula 46%, Tarcísio, 41%.Num cenário hoje impossível com Jair Bolsonaro, dado à sua inelegibilidade devido à condenação por abuso de poder político e econômico nas eleições, Lula teria 36% e o ex-presidente 30%, na média geral, e 34% e 31%, respectivamente, na PEA. Junto aos CLTs, Bolsonaro tem 34% e Lula, 27%, mas entre os autônomos, Lula tem 34% e Bolsonaro, 32%.Lula o venceria por 49% a 40%, no segundo turno, na média geral, e faria 47% a 42%, junto à PEA. Mas perderia de 47% a 40% entre os CLT e ganharia de 50% a 42% junto aos autônomos. As margens de erro aumentam quanto menor for o grupo analisado, mas o que importa aqui é a persistência do resultado geral.Não é de hoje que há uma insatisfação com a qualidade de vagas oferecidas com carteira assinada, muitas das quais pagam pouco, exigem longas jornadas e oferecem um ambiente insalubre de trabalho. O problema do achatamento salarial não é da CLT, que garante o mínimo de dignidade previsto no artigo 7º da Constituição Federal aos trabalhadores, mas de empregadores e setores que pagam pouco e cobram muito. Mesmo assim, a CLT leva a má fama.Entre os trabalhadores assalariados com registro, há aqueles insatisfeitos que gostariam de mais qualidade de vida do que aquilo que alcançaram até agora e que, portanto, desejam mudanças. O IBGE aponta que a economia cresceu, o desemprego está na sua mínima desde o início da série histórica, em 2012, e a renda média do trabalho aumentou, mas como dizia Maria da Conceição Tavares, o povo não come indicadores. Então, o governo está devendo na sensação de bem estar.É natural que em momentos de retomada econômica, as primeiras vagas oferecidas sejam sem registro, passando depois para aquelas com carteira assinada, mas com salários mais baixos e, depois, eles aumentem. Mas há determinados setores, recheados de trabalhadores da base da pirâmide, que parecem ter cristalizado a baixa remuneração e alta cobrança, como os que contratam atendentes de telemarketing, funcionários em bares e restaurantes, entre outros. Enquanto isso, salários dos mais escolarizados realmente crescem e mascaram, pela média, a realidade do grupo mais vulnerável, E isso gera ranger de dentes.



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