“Devemos ser neutros em relação aos cultos”, considera o deputado da região parisiense, também contrário à presença de Emmanuel Macron nos funerais de sábado em Roma. Uma opinião compartilhada pelo deputado LFI de Loire-Atlantique, Matthias Travel.No X (ex-Twitter), ele afirmou: “Independentemente do que se pense sobre o papa Francisco, a República não deve prestar homenagem ao chefe da Igreja Católica. O Estado em sua esfera, a Igreja na dela.” O mesmo tom é ouvido no grupo comunista, como na declaração do senador Pierre Ouzoulias, que chegou a chamar a decisão de “vergonhosa para nossa República laica”.Diante da polêmica crescente, o governo francês reagiu rapidamente por meio de sua porta-voz, Sophie Primas. “Não estamos demonstrando preferência por uma religião”, explicou em entrevista ao canal TF1. “O papa tinha um papel relevante na política e na diplomacia internacional, que não era neutro.” Ao lembrar que o papa Francisco era “um chefe de Estado”, a porta-voz enfatizou o caráter diplomático do papado para justificar a homenagem nacional.Leia tambémVelório do papa Francisco começa na Basílica de São Pedro, onde milhares de fiéis são esperadosDe fato, a França já colocou suas bandeiras a meio mastro várias vezes após a morte de importantes líderes internacionais, como Joseph Stalin em 1953, Francisco Franco em 1975, Ronald Reagan em 2004, e Nelson Mandela em 2013.Um argumento reforçado por Bruno Retailleau, ministro do Interior e, portanto, responsável pelos cultos na França, que se deslocará para os funerais do pontífice no sábado, ao lado de seu colega das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot. “A emoção é mundial, ele é uma figura universal. Nós já colocamos as bandeiras a meio mastro para a rainha da Inglaterra”, disse o responsável do ministério do Interior, fazendo referência ao falecimento da rainha Elizabeth II, em setembro de 2022.
Créditos

Posted inCaruaru e Região