Um comitê da Organização das Nações Unidas pediu nesta sexta-feira (23) que o Reino Uno aprove medidas para coibir exposição de ódio e retórica xenofóbica que, segundo o órgão, tiveram influência direta em fomentar os tumultos recentes no país.
Os distúrbios racistas envolvendo grupos de extrema direita eclodiram em protestos contra a imigração em todo o Reino Uno em agosto, em seguida informações falsas circularem na internet dizendo que o suspeito de um ataque mortal contra meninas era um imigrante islâmico.
“[O Comitê] está preocupado com a persistência e, em alguns casos, com o aumento acentuado de crimes de ódio, exposição de ódio e incidentes xenofóbicos”, disse o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial em um transmitido à prelo em seguida uma estudo do histórico do Reino Uno.
Isso incluiu discursos racistas e xenófobos por segmento de políticos e figuras públicas na mídia impressa, de radiodifusão e online, afirmou.
O órgão da ONU não citou os nomes dos políticos ou dos veículos de mídia envolvidos, mas Gün Kut, membro do Comitê, disse aos jornalistas possuir uma relação direta entre discursos xenofóbicos e violência racial.
“Há uma preocupação óbvia com o exposição de ódio por segmento de figuras proeminentes do público”, disse, em uma coletiva de prelo em Genebra.
O comitê da ONU, que revisa os registros de todos os países a cada poucos anos, também mencionou preocupações com o racismo institucional nos sistemas policial e de Justiça britânicos e pediu que o país criasse um mecanismo para investigar as reclamações.
Não houve nenhum glosa do governo britânico em um primeiro momento.
O idoso governo, liderado pelo Partido Conservador, afirmou em documentos enviados à ONU estar comprometido com a construção de “um Reino Uno mais justo” e com o enfrentamento de “disparidades negativas”. Ele disse que tomou medidas desde sua última revisão para tratar das disparidades, porquê o lançamento da estratégia Reino Uno Inclusivo, em 2022.
*Reportagem suplementar de William James, em Londres
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