O deputado federalista Glauber Braga (PSOL-RJ) foi liberado na noite desta sexta-feira (20) depois passar a tarde estagnado por proteger estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) de uma ação de desocupação. Ao deixar a Cidade da Polícia, na zona setentrião do Rio, o parlamentar disse que “hoje é um dia lamentoso do ponto de vista do que foi feito, estudante lutando pelo recta de permanecer na universidade e sendo recebido por petardo”. Glauber foi liberado junto com três estudantes da Uerj detidos na ação de desocupação do Pavilhão João Lyra Fruto, no Maracanã, zona setentrião do Rio. Os universitários estudam enfermagem, jornalismo e oceanografia.
O Pavilhão João Lyra Fruto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no Maracanã, zona setentrião do Rio, foi liberado pouco antes das 15h, com a ingressão da tropa de choque da Polícia Militar, que cumpriu formalidade da Justiça para liberação do prédio. A reitoria da universidade disse que na segunda-feira (23) o prédio será medido para verificar o que necessita de reparo.
Em nota, o deputado estadual Flavio Serafini, presidente da executiva estadual do PSOL/RJ, criticou a posição da universidade.
“É lamentoso o que aconteceu na Uerj hoje. O deputado federalista Glauber Braga, jornalistas e estudantes foram presos, em um incidente que nunca deveria ocorrer em uma universidade pública. A luta dos alunos por seus direitos precisa ser ouvida e respeitada, e não respondida com repressão. “Nossa solidariedade a Glauber, aos jornalistas e estudantes da Uerj. Repúdio a qualquer forma de violência que impeça o diálogo e o progresso da instrução pública”, escreveu Serafini.
O coronel André Matias, do Comando de de Operações Especiais (COE), fez um relato da desocupação do prédio. Um policial que participou da desocupação ficou ferido ao manusear um artefato explosivo [bomba de efeito moral] da própria corporação. Ele foi levado para o hospital meão da corporação, no Estácio e está fora de transe. O comandante Matias explicou que o deputado federalista Glauber Braga foi estagnado por atrapalhar o cumprimento do mandado judicial e que a Uerj já está totalmente desocupada. Além do deputado federalista, três estudantes também foram detidos: um de enfermagem, outro de oceanografia e um terceiro de jornalismo.
“O deputado federalista obstruiu o cumprimento do mandado judicial, inclusive se colocando entre a polícia e uma aluna que foi presa. A Uerj está oficialmente desocupada. Não tem mais alunos. Está entregue ao procurador da universidade. Os que participavam da ocupação saíram da universidade por conta própria. Fugiram da ocupação enquanto a Polícia Militar entrava. Eles saíram do lugar no momento em que a gente cumpria o mandado”, disse o solene.
Ocupação
A Uerj foi ocupada pelos estudantes no dia 26 de julho último. A ocupação do pavilhão foi uma forma de protesto contra mudanças nas regras para a licença de bolsas e auxílios de assistência estudantil. Eles pedem a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que estabelece, entre outras medidas, que o auxílio-alimentação passará a ser pago unicamente a estudantes cujos cursos tenham sede em campi que ainda não disponha de restaurante universitário. O valor do auxílio- sustento será de R$ 300, pago em cotas mensais, de harmonia com a disponibilidade orçamentária.
Aliás, ato da Uerj estabelece uma vez que limite para o recebimento de auxílios e Bolsa de Escora a Vulnerabilidade Social ter renda familiar, por pessoa, bruta igual ou subalterno a meio salário-mínimo vigente no momento da licença da bolsa. Atualmente, o valor é equivalente a até R$ 706. Para receber auxílios, a renda precisa ser comprovada por meio do Sistema de Avaliação Socioeconômica.
Em nota, a reitoria da universidade informou que na próxima segunda-feira (23), o campus Maracanã da Uerj vai permanecer fechado para apuração dos danos. “Ainda não há uma definição de quando será verosímil retornar às aulas”.
Polícia Social
Em nota, a Polícia Social informou que a 18ª delegacia policial, na Rossio da Bandeira, investiga o descumprimento de decisão judicial. Os quatro conduzidos foram ouvidos na requisito de testemunhas e, posteriormente, liberados. Diligências estão em curso para esclarecer todos os fatos.