A Casa Branca publicou na quinta-feira (21) uma lista de exposições, programação e obras de arte do Museu Nacional de História do Smithsonian que considera inaceitáveis.
A publicação foi feita uma semana após o governo de Donald Trump anunciar que fará uma análise minuciosa das exposições para garantir o alinhamento com a visão do presidente sobre “a verdade e a sanidade na histórica americana”.
Segundo o New York Times, a lista é baseada em um artigo publicado recentemente no site The Federalist, que criticou representações em vários museus.
O texto afirma, por exemplo, que o Museu de História Americana promove a homossexualidade ao exibir uma bandeira do orgulho LGBTQIA+; que exagera na relação de Benjamin Franklin com a escravidão e que promove a ideia de fronteiras abertas ao mostrar imigrantes assistindo fogos de artifício em uma abertura no muro entre Estados Unidos e México.
A lista da Casa Branca inclui também obras como uma animação em stop-motion na Galeria Nacional de Retratos sobre Anthony Fauci, líder do governo durante a pandemia, e uma série apresentada no Museu Afro-Americano que, segundo o documento, “inclui conteúdo do ativista radical woke Ibram X. Kendi”.
Na terça-feira (19), Trump anunciou que pediu uma investigação sobre o conteúdo dos museus, que acusa de serem woke especialmente em relação à história da escravidão.
O líder republicano conduz uma cruzada contra as instituições educacionais e culturais americanas que, segundo ele, apoiam a ideologia woke, um termo usado direita para descrever políticas de promoção da diversidade.
“Os museus de Washington, assim como os de todo o país, são essencialmente os últimos vestígios do wokismo”, disse Trump na rede Truth Social. “Dei instruções aos meus procuradores para revisarem os museus e iniciarem exatamente o mesmo processo que foi seguido com as universidades, onde houve avanços enormes”.
“Esta é uma campanha de pressão sem precedentes, e o nível de detalhe aqui é chocante”, disse Samuel J. Redman, professor de história na Universidade de Massachusetts em Amherst, ao New York Times. “Essa lista, mesmo com uma análise superficial, faz uma seleção tendenciosa de exemplos isolados de um museu enorme e diverso.”
Em março, o presidente assinou uma ordem executiva para eliminar a “ideologia anti-americana” nos museus do Smithsonian e “restaurar a instituição ao seu devido lugar como símbolo de inspiração e grandeza americana.”