Joildo Santos

A favela como motor criativo do Brasil

Ainda assim, por muito tempo, a favela foi vista como inspiração distante. Isso limita o potencial de todos. O que deveria ser contrato acaba virando apenas estética de campanha, o que deveria gerar riqueza compartilhada se transforma em capital simbólico. Essa lógica precisa mudar, porque não faz sentido desperdiçar tanta potência quando a oportunidade real está em juntar forças.A favela não é só fonte de referências, é motor de inovação. E o mercado tem muito a ganhar quando escolhe caminhar junto, transformando inspiração em parceria. A soma é simples: criatividade pulsante da quebrada, estrutura e alcance das empresas. Quando há confiança e investimento verdadeiro, o resultado é mais eficaz, mais legítimo e mais rico para todos.Não se trata de romantizar nem de explorar, mas de reconhecer que o futuro criativo do Brasil depende da colaboração entre territórios populares e grandes marcas. A favela não quer apenas aparecer, quer participar, decidir, criar e compartilhar valor. Esse é o caminho que fortalece o negócio de quem investe e, ao mesmo tempo, alimenta o território que nunca para de inventar.O futuro não precisa ser separado em gavetas de desconfiança. O futuro é conjunto, é soma de talentos, é ponte. O que nasce na favela pode e deve ser potencializado pelo mercado, e o que nasce no mercado precisa se alimentar dessa energia autêntica que vem das ruas. O Brasil só tem a ganhar quando deixa de olhar a favela como cenário e passa a enxergá-la como parceira estratégica de inovação.



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