O policial militar aposentado Alexandre Cardozo de Macedo foi condenado nesta quinta-feira (23), por júri popular, a 12 anos de prisão pela morte de Lucas Lopes, 23, em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Segundo a denúncia, o jovem foi espancado no dia 1º de janeiro de 2019, no bairro Habiteto, zona norte da cidade, após comemorar o Ano Novo com amigos.
Ele teria sido abordado na rua e tentado se esconder, mas foi alcançado, agredido e morreu em um hospital após ser socorrido pela família.
A mãe de Lucas, Cecília Lopes, e os dois irmãos, Matheus e Israel, criaram um movimento em defesa da investigação e da punição ao responsável pela morte do jovem.
A família também fundou a ONG Lucas Vive, que arrecada e distribui alimentos, roupas e medicamentos em Sorocaba.
Cecília morreu em abril deste ano, aos 53 anos, enquanto aguardava o julgamento do acusado de matar o filho.
“Hoje podemos descansar em paz. Foram seis anos de angústia e sofrimento. A verdade venceu”, diz trecho de nota da ONG Lucas Vive sobre o julgamento.
No dia 17 deste mês, a Câmara de Vereadores de Sorocaba realizou uma audiência pública para discutir a violência policial, com a participação de familiares e amigos de vítimas, parlamentares e especialistas em segurança pública.
Na ocasião, um dos irmãos de Lucas lembrou da mobilização da mãe para que o caso fosse julgado.
“Sempre foi batalhadora, nunca deixou de acreditar. E nós estamos aqui para fazer a diferença”, disse Matheus.
Ele pediu aos policiais que atuem com respeito durante as abordagens. “Precisam entender que ali tem uma alma, uma vida, e não chegar batendo, fazer o que fizeram, simplesmente bateram no meu irmão até a morte”.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Polícia Militar é legalista e não compactua com desvios de conduta.
A defesa do policial condenado não foi encontrada. Ele ainda pode recorrer.


