Bloomberg anuncia US$ 100 mi para cortar emissão de metano - 06/11/2025 - Ambiente

Bloomberg anuncia US$ 100 mi para cortar emissão de metano – 06/11/2025 – Ambiente

O bilionário Michael Bloomberg anunciou nesta quinta-feira (6) o investimento de US$ 100 milhões (cerca de R$ 536 milhões) para monitorar e reduzir as emissões de metano (CH4), que responde por cerca de um terço do aquecimento global.

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O repasse busca fortalecer a medição da poluição por satélite e identificar vazamentos de gás em indústrias, que não são considerados nos relatórios nacionais.

A iniciativa, chamada “Methane Response Basecamps”, firmou parceria com governos e organizações de nove países, como Austrália, Indonésia, México e Nigéria, além de nove estados dos EUA, incluindo Califórnia, Texas, Novo México e Pensilvânia.

“As emissões de metano são uma das maiores causas da mudança climática, mas também uma das nossas maiores oportunidades de fazer progresso rapidamente”, disse Bloomberg, que é enviado especial das Nações Unidas para Ação Climática.

Esse gás tem potencial de aquecimento cerca de 25 vezes superior ao do dióxido de carbono, apesar de permanecer na atmosfera por menos tempo que o CO2. A redução de 75% das emissões até 2030 pode evitar 0,1°C de aumento na temperatura até 2050, de acordo com Marcelo Mena, CEO do Global Methane Hub.

Antha Williams, especialista da área ambiental na Bloomberg Philanthropies, disse que o investimento tem a meta de cortar 22 milhões de toneladas de metano por ano até 2028.

“Para colocar em contexto, por causa do incrível potencial de aquecimento do metano, isso é o equivalente às emissões de 490 usinas movidas a carvão ou a cerca de três vezes as emissões anuais da Alemanha”, afirmou.

Riley Duren, diretor da Carbon Mapper, organização contemplada com o financiamento e que mede e publica dados sobre a poluição por metano, disse que a entidade planeja lançar três novos satélites de monitoramento, com tecnologia desenvolvida pela Nasa, a agência espacial dos EUA.

“Baseado em mais de dez anos de pesquisa, descobrimos que menos de 1% da infraestrutura do mundo é responsável por mais de um terço das emissões totais de metano, em média.”

António Guterres, secretário-geral da ONU, disse que o financiamento de Bloomberg pode ajudar a inaugurar uma nova era de transparência e responsabilidade pela crise climática. “Cortes drásticos nesta década são essenciais, e a maioria pode ser alcançada de forma rápida e barata.”

Selwin Hart, conselheiro especial do secretário-geral para ação climática e transição justa, citou um levantamento da Agência Internacional de Energia que identificou que as emissões de metano do setor energético são cerca de 80% superiores ao total reportado pelos países, por conta dos escapes nas indústrias de petróleo, gás e carvão.

“A boa notícia é que os avanços na tecnologia estão tornando possível encontrar e medir os vazamentos com mais precisão. Quando as empresas e governos têm essa informação, eles podem agir”, afirmou Bloomberg.

Ana Toni, diretora-executiva da COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas que começa na próxima segunda (10) em Belém, disse que o monitoramento por satélite já mostrou resultados para a proteção da amazônia e o mesmo pode acontecer com as emissões de metano.

“Estamos ficando sem tempo. Combater as emissões de metano em todos os diferentes setores, petróleo, gás, agricultura e resíduos, é crucial para o sucesso da COP30. Precisamos avançar de modo concreto, e essa iniciativa é apenas um exemplo da agenda de ação que construímos”, afirmou.

Teresa Ribera, vice-presidente da Comissão Europeia para a transição limpa, justa e competitiva, relembrou que a União Europeia é signatária do plano global do metano, que reúne 159 países com a meta de reduzir em 30% a poluição pelo gás até 2030.

“Contar com um sistema de monitoramento é crucial para melhorar a qualidade do nosso trabalho e para lidar de forma bem-sucedida com as emissões do setor energético”, afirmou.

A governadora de Novo México (EUA), Michelle Lujan Grisham, disse que o estado aprovou uma legislação que obriga as indústrias a capturarem 98% do metano emitido. Com isso, as emissões das indústrias de petróleo e gás caíram pela metade, mas o monitoramento é essencial, segundo ela.

“Para responsabilizar todas as indústrias, preciso desses investimentos e da imagem de satélites que nos permite avaliar nosso sucesso”, afirmou.



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