Um empresário foi preso em flagrante e três policiais federais e um policial militar foram afastados dos cargos após operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (6), no Rio de Janeiro.
Segundo investigações, os policiais federais, dois deles aposentados, e o PM são suspeitos de formar um grupo que extorquia dinheiro de empresário, exigindo pagamentos mensais para que não fosse instaurado um inquérito contra ele.
A PF não detalhou qual suspeita recaía sobre o empresário, nems a área de atuação.
Os nomes não foram divulgados e a reportagem não conseguiu encontrar as defesas.
A descoberta do suposto esquema se deu fortuitamente, segundo a PF. Em março deste ano a corporação realizou a operação Cash Courier, contra um grupo suspeito de tráfico internacional de armas, e um dos policiais federais aposentados, alvo da operação nesta quinta, é também suspeito de liderar este grupo.
Entre os dados compartilhados após a ação de março estariam as provas das extorsões.
O empresário envolvido foi preso no momento em que a PF cumpria mandados de busca e apreensão na residência em Jacarepaguá, zona sudoeste do Rio. Ele mantinha em casa um distintivo da Polícia Federal, uma carteira funcional falsificada da corporação e um veículo blindado com sirene e giroflex instalados.
De acordo com a investigação, foram os policiais federais quem forneceram ao empresário a carteira funcional e o distintivo. O objetivo era que ele se apresentasse a outras pessoas como policial federal.
A PF ainda encontrou uma arma e munição.
Os policiais federais e o PM também foram alvos de busca e apreensão —foram cumpridos na Tijuca, Penha e Barra, onde residem os federais, e em Niterói, onde mora o PM. O Ministério Público Federal e a Corregedoria da PM apoiaram a operação.
Além do afastamento das funções, foi determinado aos agentes que eles entreguem as armas sob posse, tanto as pertencentes à PF e à PM, quanto as próprias armas.
O acesso aos sistemas de informação das corporações foi revogado e os quatro estão proibidos de acessar prédios da Polícia Federal. Eles também não poderão se ausentar do município de residência sem autorização judicial e terão os passaportes retidos.
Os investigados foram indiciados por organização criminosa, extorsão majorada, falsidade ideológica e violação do sigilo funcional.


