A megaoperação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro completa duas semanas nesta terça-feira (11). A ação —que deixou 121 mortos— levantou debates sobre letalidade policial, expansão de facções, interesses políticos e sobre as consequências de operações do tipo, que já levaram a condenações internacionais do Brasil por violações de direitos humanos.
A pilha de corpos achados em uma região de mata e os relatos de familiares sobre a situação dos cadáveres suscitaram questionamentos sobre o que de fato aconteceu nos complexos do Alemão e da Penha no dia 28 de outubro. A expectativa é que, em meio a disputas políticas, órgãos de controle possam dar respostas a partir de uma investigação.
Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) foi autorizado a participar da apuração, depois que o Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu uma liminar que impedia a entrada do órgão federal no caso. A Folha mostrou que o movimento contrário ao MPF tinha partido da promotoria do Rio de Janeiro. O recuo veio depois de um recurso do MPF e de pressões da sociedade civil.
O Café da Manhã desta segunda-feira (10) discute as investigações sobre a operação policial mais letal do país e como é a responsabilização por abusos em casos assim. A advogada e professora de pós-graduação na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Raquel Guerra analisa as consequências da Operação Contenção, trata do histórico de condenações internacionais do Brasil e explica como ocorre a responsabilização de ações como essa.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon. A produção é de Gustavo Luiz, Lucas Monteiro e Laura Lewer. A edição de som é de Thomé Granemann.


