A Opas (Organização Pan-americana da Saúde) afirmou que o Canadá “não tem mais o status de país livre do sarampo”, segundo o governo canadense nesta segunda-feira (10).
O Canadá erradicou oficialmente o sarampo em 1998, mas o vírus que o provoca ressurgiu com força, especialmente entre comunidades cristãs menonitas que se negam a vacinar seus filhos por motivos religiosos.
A doença, que é transmitida pelo ar, é altamente contagiosa.
A Opas tomou a decisão depois de detectar “a transmissão da mesma cepa do vírus do sarampo no Canadá durante um período de mais de um ano”, explicou o Ministério canadense da Saúde em um comunicado.
O Canadá possui 5.138 casos de sarampo registrados ao longo do ano, principalmente nas províncias de Ontário e Alberta.
Dois recém-nascidos, filhos de mães sem vacinar, morreram no país por causa da doença.
O governo apontou como principal raiz do problema as “comunidades com baixa” taxa de vacinação.
Samira Jeimy, da Faculdade de Medicina Schulich da Universidade de Western, declarou à AFP que o Canadá perdeu seu status “porque a taxa de vacinação de duas doses caiu abaixo do nível de 95% necessário para deter a transmissão sustentada”.
Os pediatras de Ontário destacaram que o surto não se limita aos grupos menonitas.
Também foram registradas infecções entre grupos de imigrantes que não mantiveram em dia suas vacinas após se estabelecerem no Canadá, por diversas razões, entre elas a escassez de médicos da família.
O vírus do sarampo é muito contagioso e é transmitido através das gotículas que uma pessoa infectada expele ao tossir, espirrar ou até mesmo respirar.
A doença causa febre, problemas respiratórios e erupções cutâneas. Em alguns casos, provoca pneumonia e inflamação cerebral, que pode ser mortal.


