Penny, moeda de 1 centavo americana, morre aos 232 anos - 12/11/2025 - Mercado

Penny, moeda de 1 centavo americana, morre aos 232 anos – 12/11/2025 – Mercado

Moeda de 1 centavo do dólar americano, o “penny” morreu nesta quarta-feira (12) na Filadélfia aos 232 anos. A causa da morte foi irrelevância e custo elevado, segundo o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

Já não se podia comprar nada com um centavo —nem mesmo balas de um centavo. Além disso, o custo de cunhar a moeda havia subido para mais de 3 centavos, uma absurdo financeiro que selou seu destino.

As últimas moedas foram produzidas na tarde desta quarta. Autoridades do Tesouro acompanharam sua derradeira jornada. Nenhuma última palavra foi registrada.

Em seu auge, o centavo teve imenso impacto cultural. Era o preço de um pensamento. Um símbolo de frugalidade —algo a ser economizado e/ou ganho. Podia ser bonito às vezes e, em outras, cair do céu. E quantas ideias jamais teriam surgido se um centavo não tivesse caído?

Dizia-se que, quando encontrado no chão, trazia boa sorte por 24 horas —uma afirmação repetida com frequência, mas jamais comprovada por qualquer estudo científico de controle duplo.

Em seu lado mais sombrio, o centavo podia ser ruim —especialmente quando aparecia virado para baixo.

Ele marcou presença em filmes (“Penny Serenade”, “Serenata Prateada”) e músicas (“Penny Lover”). Também fez incursão na moda: nos mocassins (penny loafers), sucesso por décadas, ainda facilmente encontrados hoje.

Em comparação, o nickel, de 5 centavos, seu primo maior, nunca passou de “madeira”.

O centavo americano foi precedido na morte por seu irmão menor, o meio centavo (1793–1857), e por seu primo canadense (1858–2012). A moeda britânica de um penny, nascida no século 7, sobrevive —incrivelmente— até hoje.

O centavo americano nasceu em 1793, em Filadélfia. Seu “pai” foi Alexander Hamilton, o primeiro secretário do Tesouro e principal autor do Ato de Cunhagem, que criou o centavo e seus irmãos.

Ao longo da vida, o centavo passou por várias reinvenções. No nascimento, trazia a efígie da Estátua da Liberdade. Em 1909, Abraham Lincoln assumiu a cara da moeda —e lá permaneceu até o fim.

O verso foi mais mutável: uma corrente de 15 elos, uma coroa de louros, espigas de trigo e o Memorial Lincoln tiveram seus momentos. Em 2009, vieram novas variações, com um chalé de toras e outros desenhos. Mais recentemente, o centavo exibia um escudo da União.

No início, era feito inteiramente de cobre. Em 1943, por conta da demanda do metal durante a guerra, passou a ser de aço revestido de zinco por um ano. A partir de 1982, e até sua morte, manteve a cor de cobre, mas era, na verdade, 97,5% zinco e apenas 2,5% cobre.

Durante seu longo declínio, o centavo foi cada vez mais relegado a potes de troco em casas ou jogado sem cerimônia em bandejas de “deixe um centavo” em lojas. Cresceram os apelos por sua eutanásia, em nome da obsolescência. No fim, o presidente Donald Trump assinou sua sentença de morte em fevereiro.

Mesmo após sua partida, o centavo ainda viverá por um tempo. Existem cerca de 250 bilhões deles em circulação, juntando poeira, ou, muito raramente, ajudando a pagar algo. À medida que desaparecem, os estabelecimentos terão de arredondar as transações em dinheiro para os 5 centavos mais próximos.

Com o fim do centavo, os olhares preocupados dos entusiastas de moedas voltam-se agora para seu velho companheiro, o nickel. Seu poder de compra também se reduziu quase a nada —e ele custa mais que uma moeda de dez centavos para ser fabricado.



Créditos

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *