O primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, voltou a falar, nesta quarta-feira (19), sobre a polêmica envolvendo suas críticas ao Brasil. Segundo ele, o presidente Lula terá que aceitar que a Alemanha é um dos países mais lindos do mundo.
COP30
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O político alemão esteve em Belém para participar da Cúpula de Líderes, encontro que precedeu a COP30, cúpula climática da ONU que ocorre até o dia 21 de novembro.
Na semana passada, Merz afirmou que a delegação alemã estava feliz em voltar para casa.
“Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, a noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos”, disse em um discurso no Congresso Alemão do Comércio na última semana.
A fala gerou reações de políticos brasileiros, de ambientalistas e da membros da oposição no país europeu.
“Eu disse que a Alemanha é um dos países mais lindos do mundo, e isso provavelmente o presidente Lula também vai aceitar”, afirmou Merz nesta quarta-feira, depois de um encontro com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, em Berlim.
Mais cedo nesta quarta, o governo alemão já havia minimizado a questão. Em uma entrevista de tons ásperos com jornalistas alemães, Stefan Kornelius, porta-voz e secretário de Comunicação do governo, disse que Merz não depreciou Belém ou o Brasil durante discurso na semana passada e, por isso, não iria se desculpar.
“Gostaria de esclarecer mais uma vez o contexto, pois percebo uma certa agitação em torno deste tema que pouco tem a ver com os fatos”, declarou Kornelius.
Depois da fala de Merz sobre a beleza alemã, o presidente Lula (PT) respondeu às críticas do premiê da Alemanha afirmando ele deveria ter “ido num boteco no Pará”.
“O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: ‘ai eu fui no Pará, mas eu voltei logo porque eu gosto mesmo é de Berlim’. Ele, na verdade, devia ter ido num boteco no Pará. Ele, na verdade, deveria ter dançado no Pará. Ele, na verdade, deveria ter provado a culinária do Pará, porque ele ia perceber que Berlim não oferece pra ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará e a cidade de Belém. E eu falava toda hora ‘coma maniçoba'”, disse o brasileiro na terça-feira (18).
Lula afirmou que o Pará “saiu do anonimato” com a realização da COP30. “Qualquer parte do mundo sabe hoje que existe o estado do Pará, que existe a cidade de Belém, que é pobre, mas tem um povo generoso como pouca parte do mundo.”
O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), disse nesta segunda-feira (17) que o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, fez uma fala “infeliz, arrogante e preconceituosa” sobre a cidade, após passagem por Belém para a Cúpula dos Líderes.
O governador do Pará, Helder Barbalho, também respondeu às declarações de Merz.
Ele disse que a Amazônia recebeu o mundo “de portas abertas, com a força de um povo acolhedor”, e afirmou que causa estranhamento quando “quem ajudou a aquecer o planeta questiona o calor da Amazônia”.
Já prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), chamou o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, de “filhote de Hitler vagabundo” e “nazista” em uma postagem no X, nesta terça.


