Genérico do VAR já existe e funciona à base de desafios - 20/11/2025 - O Mundo É uma Bola

Genérico do VAR já existe e funciona à base de desafios – 20/11/2025 – O Mundo É uma Bola

Ao assistir dias atrás a parte de Brasil x Paraguai pela Copa do Mundo sub-17, disputada no Qatar, deparei-me com um novo sistema de revisão de lances duvidosos.

O VAR (árbitro assistente de vídeo) não estava em operação, e sim uma alternativa genérica, o FVS (Football Video Support, suporte de vídeo ao futebol), chamado de Desafio de Vídeo.

Nada de árbitro de vídeo (mais auxiliar do árbitro de vídeo, mais equipe técnica auxiliar) e várias telas grandes, em uma sala no estádio ou em uma central, para checagem constante das jogadas.

Havendo dúvida em lance crucial (gol, pênalti, expulsão, erro de identidade na aplicação de cartão), quem solicita a revisão é o treinador do time que se sentiu prejudicado. Ele entrega um cartão ao quarto árbitro.

O juiz de campo então se direciona ao monitor ao lado do gramado para rever o lance e mudar ou não a decisão.

Se não for dada razão à equipe que requereu a verificação, ela perde a primeira das duas chances que tem de recorrer a esse expediente no jogo. Caso o árbitro mude a marcação original, o time mantém o benefício.

Ou seja, é preciso parcimônia na hora de usar o Desafio de Vídeo, pois, sendo dois pleitos não atendidos, acabou-se, e pode fazer falta mais à frente na partida.

Colunas
Receba no seu email uma seleção de colunas da Folha

Recapitulando para quem não se lembra, nos jogos em que há VAR, este aciona o árbitro de campo quando considerar necessário –respeitando os casos permitidos pela regra–, passando-lhe de antemão sua avaliação, que, feita a verificação na telinha à beira do campo, quase sempre é respeitada.

O Desafio de Vídeo, na Copa sub-17, prejudicou ao menos duas vezes a seleção brasileira. Contra o Paraguai, um gol acabou anulado por impedimento (que o bandeirinha não marcou) e um jogador (Vitão) teve o cartão amarelo transformado em vermelho depois de, na revisão, o juiz concluir que ele agrediu um rival em um cruzamento na área de ataque brasileira.

O técnico do Paraguai teve o mérito de agir rapidamente e, via Desafio de Vídeo, colheu dividendos. Felizmente para o Brasil, momentâneos –a seleção avançou nos pênaltis nesse jogo eliminatório.

Pergunta: é melhor (ou menos pior) o FVS ou o VAR? É cedo para concluir, dado que o primeiro é incipiente e precisa ser mais visto e praticado mundo afora. Depois, colher opiniões dos envolvidos (árbitros, técnicos, jogadores). Então, fazer a comparação.

O que já se sabe sobre o Desafio de Vídeo? Que é bem menos oneroso. Não é necessária grande parafernália nem equipe numerosa. Basta um monitor, um operador de vídeo e pelo menos uma câmera exibindo o jogo –o VAR conta com ao menos sete.

Desse modo, há menos dificuldade na implementação do FVS, ampliando para ligas menos abastadas a oportunidade de ter um sistema de correção de falhas. E há o atrativo do componente estratégico, da intervenção do treinador.

O que eu sei sobre o Desafio de Vídeo? Que atravanca o jogo. Na ida ao monitor, o árbitro leva seus dois, dois minutos e meio, três minutos para chegar ao veredicto.

A morosidade do VAR –que insiste em desrespeitar a razão de sua criação, apontar erros claros e óbvios– persiste com o FVS. O problema é a demora na decisão. Isso é o que mais me incomoda. E incomoda mais por ser um “isso” com o qual ninguém se importa.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Créditos

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *