Josias de Souza

Ordem de prisão foi escrita com caligrafia de Bolsonaro e Flávio

Nesse horário, anotou Moraes, “o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro…” O ministrou enxergou na “intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica” o óbvio propósito de “garantir êxito em sua fuga”.A obviedade foi potencializada pela movimentação radioativa do primeiro filho. Moraes escreveu: “Flávio Bolsonaro fez uma publicação em sua rede social X convidando para uma ‘vigília pela saúde de Bolsonaro e pela liberdade do Brasil’, a ser realizada no dia 22/11, às 19h, próxima ao condomínio em que Jair Bosonaro reside.”O ministro foi ao ponto: “Considerando as técnicas empregadas por integrantes da organização criminosa, o tumulto nos arredores da residência do condenado, poderá criar um ambiente propício para sua fuga, frustrando a aplicação da lei penal”. Mais: “O tumulto causado pela reunião ilícita de apoiadores do réu condenado tem alta possibilidade de colocar em risco a prisão domiciliar imposta e a efetividade das medidas cautelares, facilitando eventual tentativa de fuga.”Didático, Moraes desenhou o rascunho escondido atrás das maquinações de Bolsonaro e seu filho mais velho: “O condomínio do réu está localizado a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul de Brasília, onde fica localizada a embaixada dos Estados Unidos, em uma distância que pode ser percorrida em cerca de 15 minutos de carro.”Moraes emoldurou o desenho: “Rememoro que o réu, conforme apurado nestes autos, planejou, durante a investigação que posteriormente resultou na sua condenação, a fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele país.”Lideranças e governadores bolsonaristas, entre eles Tarcísio de Freitas, correram às redes sociais para atacar Moraes, alegando que o ministro abusara de sua autoridade para impor suplícios a um mito dodói. A defesa declarou, em nota, ter recebido a ordem de prisão com “profunda perplexidade”. Repisou a tecla de que a detenção coloca em risco a vida do preso.



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