Os atuais campeões paralímpicos Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo (natação) serão os porta-bandeiras da delegação brasileira na fenda solene dos Jogos de Paris, a partir das 15h (horário de Brasília) de quarta-feira (28). Aos 59 anos, a multicampeã no lançamento de disco e lançadura de peso, desfilará ao lado de Gabrielzinho, de unicamente 22, que faturou dois ouros e uma prata em Tóquio 2020, sua primeira Paralimpíada.
O desfile dos atletas que maraca a fenda dos Jogos Paralímpicos terá início na famosa Avenue Champs-Elysées (Avenida Campos Elísios) e terminará na Place de la Concorde (Rossio da Concórdia), a maior da Cidade Luz.
Os porta-bandeiras Beth e Gabrielzinho, anunciados hoje pelo Comitê Paralímpico Brasílio (CPB), competem nas modalidades com mais pódios do Brasil na história das Paralimpíadas: atletismo e natação. Em Tóquio, Beth foi campeã no lançamento de disco F52 (atletas que competem sentados), e Gabrielzinho faturou ouro 200 metros livre e nos 50m costas, além de prata nos 100m costas na classe S2 (limitações físico-motoras).
“É uma sensação muito boa, uma realização. Todos nós atletas paralímpicos sonhamos com oriente dia. Receber esta notícia de que eu seria a desportista que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e simbolizar todos os atletas paralímpicos que estão em Paris e também aqueles atletas que sonham um dia estar cá, porque sonhos são para ser realizados. Estou cá por vocês e por todos”, disse Beth, atual recordista mundial no lançamento de disco da classe F53 (atletas que competem sentados).
Durante o ciclo preparatório para Paris, Beth Gomes, de 59 anos, colecionou ótimos resultados, o último deles foi a quebra do próprio recorde mundial no lançamento de lança, no Troféu Brasil, em junho. Originário de Santos, a lançadora cravou 18,45m (a marca anterior era de 17,80m, obtida em 2023 nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago). Um mês antes, no Mundial de Atletismo em Kobe (Japão), a santista foi ouro no lançamento de disco e prata no lançadura de peso. No ano pretérito, Beth amealhou dois ouros, um em cada prova.
“Beth e Gabriel são dois dos grandes nomes que o Brasil traz a Paris depois de um ciclo impecável, com resultados esportivos e aproveitamento impressionantes nas principais competições pelo mundo, desde o termo dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eles dão forma àquilo que o CPB trabalhou e acreditou nos últimos três anos. Temos a certeza e a tranquilidade de que eles orgulharão os compatriotas quando entrarem na Champs-Élysées, empunhando o pavilhão brasílio”, afirmou Mizael Conrado, atual presidente do CPB e bicampeão no futebol de cegos (2004 e 2008).
Nascido em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), Gabrielzinho está prestes a disputar a segunda Paralimpíada da curso. Na estreia em Tóquio ele foi vencedor duas vezes (200m livre e 50m costas) e faturou a prata nos 100m costas, pela classe S2 (desportista com comprometimentos físicos-motores). No ciclo pré-Paris, ele venceu em todas as disputas das mesmas provas nos Mundiais da Ilhota da Madeira (Portugal) em 2022, e de Manchester (Inglaterra), no ano pretérito.
“Levante será um momento único. Em Tóquio, eu não pude ir para a fenda [em razão da pandemia de Covid-19]. Agora, estou cá em Paris para viver todos os momentos possíveis. Fico feliz de simbolizar o Brasil na competição e a todos os atletas na fenda. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos.”, disse Gabriel, que nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas. Ele conheceu a natação por meio de um professor de Instrução Física da escola onde estudava.
