Oficialmente reconhecido nesta terça-feira (15), Dia do Professor, uma vez que patrono da escola pública brasileira, Anísio Teixeira esteve, durante 12 anos, adiante de uma instituição que tem hoje o seu nome: o Instituto Pátrio de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).O educador foi um dos criadores da escola pública no Brasil e padroeiro da democratização do ensino e da transformação social por meio da instrução. Sempre defendeu a geração de uma rede de ensino que atendesse a todos, desde os primeiros anos nas escolas até a formação universitária.
Nascido em 1900, em Caetité (BA), Anísio Teixeira formou-se em recta pela Universidade do Rio de Janeiro, estado do qual foi secretário de Instrução. Jurista, intelectual e redactor, foi muito atuante na dez de 1930, quando o país vivia o auge de um debate em prol da universalização da escola pública, laica, gratuita e obrigatória. Na quadra, integrou o grupo de educadores responsáveis pelo Manifesto dos Pioneiros da Instrução Novidade, que propunha a reforma do sistema de ensino brasiliano.
Defendia uma instrução construtivista, na qual os alunos atuariam uma vez que agentes transformadores da sociedade. Manifestava incessantemente preocupação com uma instrução que fosse “livre de privilégios”, e se dizia contra a instrução uma vez que “processo individual de formação de uma escol, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância”, motivo pelo qual se dizia inconformado com a subida taxa de analfabetismo do país.
Entre o seu legado, está a geração da Universidade do Província Federalista, em 1935, durante sua passagem pela Secretaria de Instrução da Bahia, em 1950; e a instalação da Escola Parque (Núcleo Educacional Carneiro Ribeiro), em Salvador – instituição considerada pioneira por trazer, em sua gênese, a proposta revolucionária de instrução profissionalizante e integral, voltada para as populações mais carentes.
Foi também foi um dos idealizadores do projeto que resultou na geração da Universidade de Brasília (UnB), inaugurada em 1961, da qual veio a ser reitor em 1963. Foi convidado para assumir o Inep depois a morte prematura de Murilo Braga em acidente alheado. Para assumir o novo incumbência, deixou a Campanha de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes), do Ministério da Instrução.
Durante o Regime Militar, em 1964, foi para os Estados Unidos, para lecionar nas universidades de Colúmbia e da Califórnia. De volta ao Brasil, em 1966, tornou-se consultor da Instauração Getúlio Vargas.
Depoimentos
Professora da Faculdade de Instrução da UnB, Catarina de Almeida Santos diz que Anisio Teixeira é, sem incerteza, o maior padroeiro que o país já teve de uma instrução enquanto recta e de uma escola pública enquanto espaço de construção da democracia e da justiça social.
“Toda sua vida foi dedicada a fazer com que cada pessoas no Brasil pudesse ter aproximação a uma instrução de qualidade. Atuando no debate público, na gestão e planejamento das políticas educacionais, ele deixou muitos legados, uma vez que o projecto educacional de Brasília, assim uma vez que a UnB”, disse à Filial Brasil a professora.
Para o professor Francisco Thiago Silva, do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Instrução da UnB, o título outorgado a Anísio Teixeira é muito merecido. “Ele foi um dos primeiros, senão o primeiro educador brasiliano e um dos primeiros da América Latina, a tutelar instrução pública para todos, principalmente para a classe trabalhadora, de maneira integral, desde a instrução infantil até universidade. Defendia também um ensino fundamentado no conhecimento científico de tá nível”, disse o professor.
Ele acrescenta que Anísio Teixeira foi responsável por um projeto de instrução verdadeiramente brasiliano, “pensado a partir de questões nacionais que colocassem, no meio do processo de ensino, a população brasileira, com vistas à emancipação humana”.
Arte educadora, pedagoga e professora aposentada das redes pública e privada, Neide Rafael diz que Anísio Teixeira atuou em resguardo de uma instrução desenvolvida de forma conjunta com a cultura. “Não existe instrução sem cultura, nem cultura sem instrução”, afirma.
Nesse sentido, acrescenta, “a participação comunitária é fundamental, com os pais participando do processo educativo de seus filhos, na devolutiva sobre o que nós estamos precisando, sobre o que a escola está oferecendo e sobre as responsabilidades enquanto família. A gente vê isso em Cuba. Lá, os alunos são avaliados por participação de reverência à integração familiar”.
“A escola integral [defendida por Anísio Teixeira] é meato para o Estado assumir partes importantes uma vez que instrução, saúde e lazer. O mínimo que uma escola pode ser é inclusiva, onde, em vez de marginalizado, o menino é amparado naquilo que é substancial, de uma forma constitucional, com direitos e deveres”, destaca.