Tudo sobre conflitos - 16/10/2024 - Equilíbrio

Tudo sobre conflitos – 16/10/2024 – Estabilidade

Quanto tempo demorou para a primeira pugna sobrevir em seu relacionamento? Um mês? Quatro meses? Um ano?

Pode ter demorado menos ou mais, mas é inevitável que ela aconteça. E, a partir da primeira pugna, o que passa a narrar é se vocês, uma vez que par, têm a técnica para resolver o conflito, se sabem uma vez que consertar aquela ruptura.

Eu não sou briguenta, mas, quando fico muito irritada, costumo adotar uma espécie de “raiva silenciosa”, que é basicamente permanecer quieta e ser antipática com meu namorado. Ao conversar com psicólogos para produzir esta newsletter, descobri que isso tem nome: birra.

A birra é o vértice da má informação. É a retirada de afeto na tentativa de transmitir. Por mais tentador que seja, ao invés de adotar o silêncio, devemos nos esforçar para explicar o que estamos sentindo. É importante tentar entender o que faz os conflitos serem ruins e o que os torna efetivos.

O que caracteriza uma discussão ruim:

Raiva

O parceiro em quem você achava que podia incumbir faz um tanto que te magoa. Pega seu carregador de celular, não prepara o jantar a tempo, sai para uma sarau sem te avisar. E uma vez que resultado, você fica furioso.

Denúncia

Em seguida, você faz uma arguição, na forma de uma avaliação negativa aparentemente objetiva de quem seu parceiro é: diz a ele sem rodeios que é indiferente, interesseiro, mau ou desorganizado.

Fúria mútua

Revoltado por ter sido descrito assim, o réu logo fica furioso e faz uma avaliação negativa de volta: na verdade, somos controladores, mandões, imaturos ou arrogantes…

Uma vez que transpor de uma discussão ruim:

Compartilhar o terror que existe por trás da raiva

Todas as discussões se resumem ao terror. Às vezes, elas parecem ser sobre todas as coisas —desde o que aconteceu com o carregador do celular até o que está sendo feito para jantar— mas inevitavelmente se resumem ao terror de que não somos devidamente amados. É principal trocar a frase da raiva por explicações claras das razões pelas quais temos terror. Precisamos parar com as acusações que generalizam e trocá-las por confissões pessoais. Exemplo:

Troque o… “Você é desorganizado, relaxado e preguiçoso”

Por… “A sua desorganização me faz sentir insegura com nosso horizonte. Tenho terror de que, quando tivermos filhos, nossa relação acabe por não conseguirmos dividir as tarefas.”

Explicar a culpa do terror

Precisamos explicar as razões do nosso terror. Precisamos compartilhar uma história sobre por que somos mormente sensíveis a um tópico específico. Nossa reclamação muda de parecer julgadora e sufocante para comovente e tocante.

Exemplo: “Tenho terror de repetir um padrão que vivi na puerícia: minha mãe fazia todas as tarefas domésticas e meu pai nunca ajudou. Isso gerava muitas brigas entre eles e eu não quero que nosso relacionamento seja assim.”

Pedir desculpas mutuamente pela loucura

A outra pessoa deve logo imediatamente revelar o seu próprio terror que foi desencadeado por nossa reclamação (eles também terão um) e, junto com ele, a culpa do seu terror. Quando você me acusa de X, sinto terror de Y. E logo: isso me faz sentir terror porque…

Ao longo do processo, ambas as pessoas devem concordar que estão trazendo uma perspectiva distorcida e intensa da situação. Ninguém deve reivindicar a normalidade. Cá estão duas pessoas loucas tentando se entender.

Ufa. Se os casais seguirem essas três etapas, ainda haverá discussões em alguns momentos, mas o paixão sobreviverá e, à medida que cada pessoa compreender melhor as vulnerabilidades do outro, ele se aprofundará e crescerá.

Hora de pensar

Um manobra de reflexão relacionado ao tema da edição

Uma das formas de ajudar a informação é aprender a fazer ao outro perguntas mais profundas, mais investigadoras, mais reveladoras. Durante o jantar com o seu/sua parceiro/a, ou em um envolvente relaxado, vocês podem se revezar para completar as frases:


Eu provavelmente seria mais normal se a seguinte coisa não tivesse sucedido comigo na puerícia…
Eu acho que sou difícil de conviver porque…
Eu gostaria de ser perdoado por…
Onde eu gostaria que você percebesse que me machucou é…

Se você estiver solteiro/a, tente completar as frases para si mesmo.

Esta edição foi produzida em parceria com a The School of Life, organização global referência no desenvolvimento e na emprego do autoconhecimento.



Créditos

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