Josias de Souza

Apagão de SP vira pretexto para solução simples e errada de Lula

A solução é simples porque ressuscita um velho sonho de Lula. É rápida porque passa a falsa sensação de que a satisfação do libido do presidente evitaria flagelos uma vez que os apagões reincidentes. É errada porque passa ao largo do verdadeiro problema: o aparelho político das agências regulatórias, oferecidas ao centrão no balcão das nomeações políticas desde os antigos governos petistas. A prática foi mimetizada sob Michel Temer e Bolsonaro.Há no Brasil uma dúzia de agências reguladoras. Ao longo do seu terceiro procuração, Lula nomeará 44 diretores e presidentes desses órgãos. Hoje, há nove poltronas vazias. Até o final do ano, haverá mais oito. Os nomes precisam ser aprovados pelo Senado. O que trava as nomeações é a falta de conciliação do Planalto com o centrão. As negociações passam por acertos com Davi Alcolumbre, horizonte presidente do Senado, e seus aliados no mercado pérsio da baixa política.A escolha partidária de dirigentes que deveriam ser técnicos submete o bem-estar da população a empresas que vendem serviços que não estão habilitadas a prestar. Se o Estado cumprisse o seu papel, fiscalizando os contratos de licença, empresas uma vez que a Enel, concessionária de vontade que oferece maus serviços em São Paulo, pagaria a inépcia com o caixa. No limite, teria a licença cassada. As deformações do sistema produziram o jogo de empurra um capitalismo à brasileira. Nele, autoridades municipais, estaduais e federais travam um jogo de empurra que faz com que a ineficiência seja premiada com a inação. E o consumidor, que paga a conta, descobre que o inferno existe. Mas não funciona.



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