Se estivesse vivo, Edson Arantes do Promanação, o Pelé, completaria 84 anos nesta quarta-feira (23). Apesar de ter se despedido dos gramados em 1977, o legado que o Desportista do Século deixou impacta, inclusive, gerações que não o viram em campo. É o que mostra um levantamento realizado pelo Museu do Futebol em parceria com a Dependência Galo que identificou mais de 300 termos utilizados pelo público, em diferentes faixas etárias, para se referirem ao camisa 10. As menções foram captadas entre os dias 23 de julho e 22 de agosto deste ano.
O sobrenome “Rei do Futebol”, pelo qual Pelé é mundialmente sabido, reflete-se no levantamento. A termo “Rei” aparece em 59% das menções, sendo a mais utilizada entre todas as gerações, seguida, justamente, pelo termo “futebol”. Já a terceira memorial mais citada pelos brasileiros, de entendimento com a pesquisa, é “craque”.
No recorte específico das pessoas de até 25 anos, o destaque são os termos “Brasil” e “Santos”. Pela camisa da seleção canarinho, Pelé foi tricampeão mundial, enquanto vestindo a camisa do Peixe o camisa 10 conquistou 24 títulos, entre eles dois Mundiais Interclubes e duas Libertadores, além de marcar 1.091 de seus 1.283 gols. Já entre aqueles com mais de 60 anos, portanto que puderam ver o Rei do Futebol jogar, os termos em evidência são “gol” e “melhor”.
O levantamento também foi estratificado pelas cinco regiões do país. No Sudeste há menções porquê “gênio”, “mito” e “melhor do mundo” No Nordeste, “vencedor” e “fenômeno”. No Sul, “gol” e “craque”. No Setentrião as palavras mais lembradas são “ídolo” e “único”. Por término, no Núcleo-Oeste, “seleção” e “sucesso” foram os termos associados a Pelé, que faleceu em dezembro de 2022 em decorrência de um cancro de cólon.
Há algumas referências curiosas a momentos da vida de Pelé. Casos de “Xuxa”, referente ao relacionamento do Desportista do Século com a artista, “ministro”, recordando a passagem do Rei do Futebol pela pasta de Esportes no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 1998, e até “Maradona”, por conta da rivalidade com o ídolo prateado pelo posto de maior jogador de futebol da história.
Sala Pelé
Inaugurado em setembro de 2008, o Museu do Futebol passou por sua primeira grande reformulação no final do ano pretérito, sendo reaberto em julho. Uma das novidades foi a geração de uma sala dedicada a Pelé. Recentemente o espaço recebeu a camisa do New York Cosmos utilizada pelo Rei do Futebol no último jogo da curso, um amistoso entre a equipe dos Estados Unidos e o Santos (o Cosmos ganhou por 2 a 1, sendo um dos gols marcados pelo próprio Desportista do Século, que atuou meio tempo por cada time).
“Pelé parou de jogar há 50 anos e segue na memória brasileira do futebol, pois ele nos habita, representa o libido, o instinto, possibilidades”, afirmou Leonel Kaz, um dos curadores do projeto de renovação do Museu, com Marcelo Duarte e Marília Bonas.
O Museu do Futebol fica no Estádio do Pacaembu, na Terreiro Charles Miller, em São Paulo. O sítio funciona de terça-feira a domingo, das 9h (horário de Brasília) às 18h, com chegada permitido até 17h. Os ingressos custam R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia), sendo que a ingressão é gratuita para crianças de até sete anos e para todos às terças.
