Deputados do PT defenderam que a Executiva do partido feche questão em votações polêmicas para evitar desgastes como o da PEC (proposta de emenda à Constituição) da blindagem, na qual petistas foram decisivos para a retomada do voto secreto para autorizar investigação de parlamentares no STF (Supremo Tribunal Federal).
Quando um partido fecha questão sobre um tema, ele define uma posição e pode punir parlamentares que votarem diferente dessa orientação.
Os petistas reclamaram que, na reunião com a bancada na terça-feira (16), o presidente do partido, Edinho Silva, não deixou clara qual seria a orientação do PT sobre a PEC.
Por isso, parlamentares se sentiram à vontade para votar conforme suas convicções. Alguns defendiam, por exemplo, que a legenda acompanhasse o centrão, em cálculo que levava em consideração que, em troca, poderia haver apoio para derrotar anistia.
Em outros casos, interesses particulares teriam pesado, como no caso do deputado Odair Cunha (PT-MG), que quer respaldo futuro para uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União).
Apesar de o PT ter orientado contra a emenda que resgatou o voto secreto, sete petistas foram favoráveis à medida: além de Odair, votaram sim os parlamentares Paulo Guedes (MG), Dilvanda Faro (PA), Jilmar Tatto (SP), Kiko Celeguim (SP), Valmir Assunção (BA) e João Daniel (SE). O voto desses dois últimos causou surpresa, conforme o Painel apurou.
Segundo petistas ouvidos pela coluna, o partido deveria fechar questão em temas como a redução de penas, que pode ser votada para aliviar condenados pela trama golpista na Primeira Turma do STF, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é que um voto sim nesse assunto seria atacado pela militância.
Também deveria ter uma posição unificada em propostas que poderiam depor contra a história da legenda, argumentam.
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