Apesar da moderação no debate entre vices dos EUA, não se engane

Um dos temas centrais do debate foi a responsabilidade pelas dificuldades que os Estados Unidos enfrentam. De quem é a culpa pelas mazelas do país, finalmente? Os candidatos evitaram respostas diretas e, em vez disso, preferiram transferir a responsabilidade entre si. J.D. Vance acusou Kamala Harris, atual vice-presidente, de falhar em resolver problemas de imigração e de estar primeiro de um governo que “matou o sonho americano”. Ele destacou a subida inflação e o que chamou de “desmantelamento” da economia sob Biden.Por outro lado, Tim Walz jogou acusou o Congresso do país de não colaborar para resolver crises grave, uma vez que a da imigração, por exemplo, e argumentou que o próprio Trump havia prometido resolver questões complexas, mas que não cumpriu as próprias promessas quando pode. Ele também buscou dialogar diretamente com a classe média, abordando temas uma vez que o aumento no preço dos medicamentos e moradia – questões que, segundo ele, o governo Trump teria ignorado em prol dos interesses dos mais ricos.Quando o debate se voltou para questões de política externa, as diferenças ficaram ainda mais nítidas. Walz atacou Trump, chamando-o de uma prenúncio à segurança vernáculo, destacando sua postura volátil em relação aos aliados dos Estados Unidos, uma vez que quando virou as costas para os parceiros tradicionais da OTAN e adotou uma postura conciliadora com líderes autoritários uma vez que Putin e Kim Jong-un. Walz também criticou a decisão de Trump de se retirar do combinação nuclear com o Irã, o que, segundo ele, vulnerabilizou os Estados Unidos.Vance, no entanto, argumentou que Trump conseguiu manter a sossego justamente porque o mundo tinha temor dele. Ele destacou que durante o governo Trump não houve grandes conflitos internacionais, uma evidência, segundo ele, da eficiência da liderança do ex-presidente em manter a segurança global.Na reta final do debate, ao falarem sobre democracia, o 6 de janeiro e sobre resiliência das instituições, o roteiro quase foi ermo pelos candidatos. Ali tivemos contato, efetivamente, com as profundas diferenças de visões de mundo que estão em confronto, com as chagas e com as cicatrizes que hoje marcam os dois partidos que disputam poder nos Estados Unidos. Vance tentou reescrever a história do negacionismo eleitoral de Trump. Walz voltou a substanciar que unicamente os democratas podem preservar a democracia do país.Dá para entender que tenhamos terminado a noite de ontem aliviados com o tom urbano da discussão, mas é importante uma pitada de ceticismo em ocasiões uma vez que essa: ainda estamos vivendo na eleição que trata da política uma vez que circo.



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