Desse jeito, seu partido se impôs na França nas eleições para o Parlamento Europeu de 2024 e, semanas depois, reeditou seu status de principal grupo de oposição na Assembleia Nacional (Câmara Baixa) francesa após as legislativas antecipadas, mas com maior peso. A violenta reação à condenação está à altura das ambições de Le Pen para a presidencial de 2027. Em 2017 e 2022, ela chegou ao segundo turno contra o presidente Emmanuel Macron, que agora não pode tentar se eleger mais uma vez. A “caça às bruxas” não é retórica, já que “Marine Le Pen acredita nela, como seu pai acreditava e como muitos militantes acreditam”, afirma o cientista político Jean-Yves Camus, para quem a “postura anti-elite” é um dos “fundamentos” do partido. O especialista, contudo, descarta uma “trumpização” do discurso da RN, ao considerar que seria contraproducente se alinhar à estratégia de ataques do presidente americano. “Não se pode imitar Donald Trump na França”, destaca.O apoio do magnata, que pediu para Marine Le Pen “libertar” a França, também a prejudica em seus esforços para ampliar sua base eleitoral, alerta Gallard. “Donald Trump tem uma imagem catastrófica na opinião pública” francesa e “divide”, até mesmo, o RN, acrescenta. Mas, por sua vez, um RN completamente “desdiabolizado” corre o risco de se tornar um “clone” do tradicional partido de direita Os Republicanos, pelo qual sua “razão de ser” deixaria de existir, aponta Camus. “É tudo um exercício de equilíbrio”, resume.
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