Estamos em julho. Calcula-se que o julgamento do ex-presidente aconteça ali por setembro. Não conheço uma alma que aposte na absolvição, e não pelo caminho da torcida, mas dos fatos. A pena poderá ser executada, depois de embargos, ali pelo final de setembro. Faltam apenas dois meses. E vai ser preso. “Então por que fazer isso agora? Falta pouco…”Pois é… Não há nenhuma disposição no Artigo 312 do Código de Processo Penal que preveja algo como: “Se a condenação do criminoso estiver próxima, não se decreta a prisão preventiva”. Essa é uma avaliação de (in)conveniência; não é jurídica.Na entrevista desta quinta, com a disposição que tem para a bazófia e para a vanglória, Bolsonaro destacou que Trump, afinal, gosta dele e colocou a si mesmo como a causa nuclear das investidas de Trump contra a economia — e, como sabemos, contra o Judiciário.Como Eduardo, o patrocinado pelo pai, não cansa de dizer que basta uma anistia para que Trump volte atrás — e isso nem é verdade — e como ele é exaltado e exalta a si mesmo como a grande alavanca do movimento feito pelo presidente do Estados Unidos, tudo se esclarece de maneira irrespondível. Sei lá que diabo de estratégia é essa. Não posso crer que seja, em alguma medida, jurídica — a não ser que sua eficácia esteja em provocar a… prisão preventiva.O Poder Judiciário não pode ser permanentemente ameaçado por um réu e por um investigado, especialmente quando estes se colocam como agentes de um governo estrangeiro que evidencia a sua sanha punitiva com o propósito de mudar a decisão dos juízes, ainda que, para tanto, todos os brasileiros sejam punidos.E o que disse Bolsonaro ontem na entrevista? “Ah, deem-me o passaporte e vou lá e resolvo o caso com Trump”. Ninguém seria mais isento do que ele para fazê-lo, não é mesmo? Ontem, Eduardo temperou o caldo com mais ameaças.
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