Candidato a presidente do PT, o deputado federal Rui Falcão (SP) divulgou nesta terça-feira (27) uma carta à militância do partido em que critica a atual gestão do Banco Central, que para ele seria uma extensão da presidência anterior, de Roberto Campos Neto.
“A atual política monetária tem sido uma continuidade da gestão de Campos Neto e deve ser criticada por se constituir em um sério obstáculo ao desenvolvimento nacional, transferindo enormes riquezas ao capital financeiro”, diz Falcão, que já presidiu o partido duas vezes (1993-94 e 2011-17).
No texto, ele não cita nominalmente o atual presidente, Gabriel Galípolo, mas suas críticas são mais um sinal de estremecimento na relação do partido com o chefe da autoridade monetária, indicado no ano passado por Lula para o posto.
Até agora, os petistas vinham dando crédito de confiança a Galípolo, por oferecer um contraste com Campos Neto, visto como bolsonarista.
Falcão busca retornar à presidência, na eleição interna marcada para julho, com uma plataforma à esquerda da que é defendida pelo ex-ministro Edinho Silva, representante da corrente dominante do partido, a Construindo um Novo Brasil.
Mas mesmo entre apoiadores de Edinho há vozes críticas ao Banco Central. Na última segunda-feira (26), o ex-ministro José Dirceu criticou em mensagem postada em suas redes “o circuito entre o Banco Central e a Faria Lima, que cada vez mais concentra renda, via os juros altos únicos no mundo”.
Na sua carta, Falcão também diz que o PT não deve apoiar qualquer proposta que reduza direitos das classes trabalhadoras, defende o regime chavista na Venezuela e o boicote a Israel enquanto durar o “genocídio” na Palestina, entre outros pontos.
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