Entregador brasileiro é atacado em Dublin: 'Tinham ódio' - 28/10/2024 - Mundo

Entregador brasílico é atacado em Dublin: ‘Tinham ódio’ – 28/10/2024 – Mundo

Era a última entrega da noite quando Alan José de Lima, de 35 anos, foi atacado por dois adolescentes em Dublin, na Irlanda.

O entregador brasílico conta que, logo em seguida fazer a entrega de comida em uma das casas da rua, às 22h, (18h em Brasília) ele foi cingido por dois adolescentes —que gritavam e usavam trunfa ninja para resguardar o rosto— e foi golpeado com uma lixeira de ferro na perna esquerda.

Alan conta que caiu no solo na hora e não conseguiu mais levantar.

“Dava pra sentir que eles tinham ódio. Gritei help [ajuda, em inglês] o mais poderoso que consegui, senão eles iam me matar. A dor era insuportável. Eles quebraram o meu celular e levaram a minha bicicleta elétrica, que é o meu instrumento de trabalho.”

O caso ocorreu em 12 de outubro, no bairro de Finglas, na zona setentrião de Dublin.

Alan foi socorrido por quatro irlandeses que passavam de carruagem na hora.

Ele foi levado para o hospital de Connolly Blanchardstown, onde foi operado e ficou internado por uma semana.

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Alan sofreu ferimentos graves, incluindo fraturas na tíbia e no joelho, e precisou fazer cirurgia para inserção de placas de metal na perna.

“O médico me explicou que a lesão foi grave e muito próxima de uma artéria perto do joelho. Foram mais de seis horas de cirurgia. Vou precisar de muita fisioterapia.”

A polícia irlandesa, que investiga o caso, não informou se os suspeitos foram localizados.

O caso foi amplamente noticiado pela prelo da Irlanda, publicado em jornais tradicionais, porquê o The Irish Times e o Irish Mirror, e foi mencionado porquê um ato de violência severa contra imigrantes.

Imigração para fugir da violência

Até 2021, antes de se mudar para Dublin, Alan era maratonista diletante no Rio de Janeiro, e agora tem dúvidas se poderá voltar a percorrer.

Ele é de Guaratiba, na zona oeste da cidade, e diz que decidiu imigrar para fugir da violência.

“Resolvi vir para a Europa em procura de folga e silêncio. Vendi a minha lar própria do Brasil, que construí com muito esforço e sacrifício, para me mudar, porque eu não aguentava mais ser assaltado toda semana.”

O carioca que coleciona medalhas de corridas trabalhava no Brasil porquê vendedor de roupas e também salva-vidas.

‘Não é a primeira violência que sofro cá’

Alan diz que o mais recente incidente de violência não é caso só.

“Não é a primeira violência que sofro cá, sempre sou xingado e já jogaram ovo no meu olho no ano pretérito. Os ‘nanas’ nos agridem pela cor da nossa pele, porque somos estrangeiros”, diz.

“Nanas” é o sobrenome oferecido pela comunidade brasileira aos jovens que atacam indivíduos, frequentemente estrangeiros, na Irlanda. O relato é de que eles costumam andejar sempre juntos, se dizem integrantes de gangues e usam moletons e tênis.

“Sinto muito pavor. E é uma sensação de insuficiência. A gente não pode revidar nem em legítima resguardo, senão toma prisão.”

Na internet, a comunidade brasileira na Irlanda se mobilizou.

Uma vez que Alan ficará meses sem conseguir trenar a atividade de entregador, um grupo de amigos organizou uma vaquinha virtual que já arrecadou mais de € 10 milénio (equivalente a R$ 61 milénio), com aproximadamente 400 doações. A teoria é que os recursos sejam destinados para o sustento de Alan nesse período e para a sua recuperação, porquê os custos de medicamentos, fisioterapia e também a compra de uma novidade bicicleta.

Procurada pela reportagem, a Embaixada do Brasil em Dublin disse que tem prestado assistência consular e mantido contato com o Alan José de Lima.

“Foi-lhe oferecida a possibilidade de atendimento psicológico e fornecidas orientações para o encaminhamento jurídico do caso, muito porquê esteio na interlocução com as autoridades policiais. A Embaixada seguirá acompanhando o caso e prestando a assistência cabível ao brasílico.”

A embaixada afirmou, ainda, que “acompanha com atenção todos os episódios de violência contra cidadãos brasileiros na Irlanda”.

“Neste ano de 2024, em pelo menos três ocasiões, representantes da Embaixada se reuniram com autoridades irlandesas, inclusive com o Comandante Universal da Polícia Pátrio (Garda Síochána), para tratar do tema e solicitar medidas preventivas e informações sobre os encaminhamentos judiciais de casos que envolveram ataques a cidadãos brasileiros.”

“O Mensageiro do Brasil na Irlanda também manteve reuniões com representantes da comunidade brasileira para colher informações e discutir com as autoridades irlandesas medidas em obséquio da segurança dos brasileiros.”

Esta reportagem foi originalmente publicada cá.



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