O protagonismo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em episódios que justificaram a prisão do pai, Jair Bolsonaro, enfraquece a pretensão dele de ser candidato a Presidente da República e fortalece, portanto, o nome de Tarcísio de Freitas na corrida para ser ungido o candidato da direita em 2026.
A conclusão é de bolsonaristas alinhados com o ex-presidente. Para eles, o enfraquecimento da família Bolsonaro automaticamente fortalece as pretensões do governador de São Paulo, que passa a ser novamente visto pelos alinhados mais à direita como opção mais viável para derrotar Lula no próximo ano.
De acordo com essa análise, Flávio estava ladeira acima nas negociações e conversas que poderiam habilitá-lo ao pleito, e agora está posicionado ladeira abaixo por erros que teriam exposto inabilidade e até mesmo ingenuidade de sua parte no episódio da prisão do ex-presidente.
O primeiro deles: chamar apoiadores de Bolsonaro para uma vigília perto da casa do pai dias antes da prisão que já se avizinhava _o Supremo Tribunal Federal (STF) termina nesta semana o julgamento de embargos de réus da trama golpista, e as sentenças passarão a ser executadas. Ou seja, os condenados serão presos.
O tom do chamamento foi entendido como afronta ao Judiciário pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. E Flávio teria entrado definitivamente na mira do magistrado.
Na decisão pela prisão de Bolsonaro, no sábado (22), Moraes chamou as atitudes de Flávio e de “patéticas”, e disse que ele, com a vigília, pretenderia “reeditar acampamentos golpistas e causar caos social no Brasil”, “insultando a Justiça de seu pais” e ignorando suas responsabilidades como senador.
Um outro erro que teve grande repercussão: na vigília, Flávio permitiu que um religioso de esquerda discursasse, afirmando na cara dele, e diante do público que lá estava, que orava para que “os que abrem covas caiam nelas”, para serem julgados, “como o seu pai, que abriu 700 mil covas na pandemia”.
As demonstrações de inabilidade complicam a situação do filho do presidente, que é o nome mais forte da família para ser candidato a Presidente ou, no mínimo, a vice.
Os filhos de Bolsonaro não abriram até agora mão de ter o sobrenome deles na cédula, garantindo influência sobre o numeroso eleitorado fiel ao pai.
Líderes do Centrão tentam afastá-los sob o argumento de que o sobrenome espanta eleitores moderados _Bolsonaro tem 60% de rejeição, de acordo com pesquisas divulgadas recentemente.
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