Não adiantou fixar a cadeira no chão em debate

francesa faz história ao conquistar mundial no Brasil

“Nas primeiras aulas, não gostei e dizia para minha mãe que não tinha coordenação, flexibilidade, nada. Não gostava de cantar, mas minha mãe insistiu”, contou. Depois de dez aulas, Mahrie se convenceu e passou a treinar com regularidade, até mesmo em casa. “Hoje, 14 anos depois, posso falar que a capoeira sempre fez parte da minha vida e hoje é o motor da minha, vida”, afirma.Seu nome de capoeira, “matadora arte negra” surgiu quando tocando pandeiro durante uma roda de capoeira, repreendeu um aluno indisciplinado apenas cruzando os braços e lançando um olhar severo. Uma amiga brincou dizendo que ela tinha um “olhar de matadora” e o apelido ficou. Ela agregou “arte negra” em referência ao grupo que surgiu na Bahia e tem uma extensão em Bordeaux, cidade no sudoeste da França, graças ao trabalho do mestre Cacique, como é conhecido o baiano Marcelo Bezerra Pereira. Há mais de 20 anos ele se instalou na cidade para divulgação da capoeira.Mestre Cacique não esconde o orgulho ao ver a repercussão da vitória de Mahrie no Campeonato Mundial Muzenza de Capoeira. Segundo ele, imagens da capoeirista podem ser vistas não apenas em sua cidade natal, Carbon-Blanc, mas também em Bordeaux, e por meio de entrevistas ela ganhou muito espaço na mídia.”A vitória de Mahrie deu uma visibilidade enorme. Ela está fazendo o que a capoeira pede para fazer. Ela ganhou o campeonato, mas ela está divulgando a capoeira, falando da filosofia. Ela fala da competição, mas não é só isso. Ela não ganhou sozinha, todos os capoeiristas estão ganhando com ela. Ela não tem o espírito da competição, ela tem o espírito da capoeira, e isso é bonito”, comemora Mestre Cacique, que espera nos próximos meses um aumento no interesse pela capoeira e no número de praticantes na região de Bordeaux.Trabalho de inserção socialCom um diploma universitário de Carreira Social, Mahrie trabalhou como diretora de atividades extraescolares com crianças e adolescentes, mas atualmente se dedica integralmente à capoeira por meio de sua associação “Capoeira Iguald’Arte”, onde dá aulas com membros do grupo Arte Negra. “Eu trabalho com crianças, adultos e idosos, e com pessoas com deficiência e dificuldades sociais, por isso chamei Iguald’Arte, que faz referências à igualdade com arte, de Arte Negra” explica.  



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