O cineasta Hector Babenco, nome central do cinema brasileiro, estará também no centro das atenções no ano que vem, quando faria 80 anos. As celebrações começam em janeiro com uma retrospectiva na Cinemateca Brasileira —os organizadores, entre eles sua filha, Myra Arnaud Babenco, ainda estudam qual será o filme de abertura, divididos entre “Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia” e “Meu Amigo Hindu”.
O dilema tem motivos. “Lúcio Flávio” é inspiração declarada de Kleber Mendonça Filho para o seu “O Agente Secreto”, já indicado ao Globo de Ouro e cotadíssimo ao Oscar. O diretor pernambucano, aliás, vai comentar uma exibição do filme, em janeiro, no Lincoln Center, em Nova York.
Já “Meu Amigo Hindu”, segundo sua filha o filme que teve vida mais curta e o fez morrer de desgosto, era uma quase autobiografia cinematográfica do autor, com passagens reais de sua vida transpostas à tela.
A programação dedicada ao cineasta argentino-brasileiro também contará com nomes títulos como “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, “O Beijo da Mulher Aranha”, “Carandiru” e “Brincando nos Campos do Senhor”.
No final do ano, Babenco deve ser alvo de uma “Ocupação”, uma das mostras da série do Itaú Cultural dedicadas a personagens de peso da cultura do país. Atualmente, a instituição sedia uma exposição dedicada ao ator brasileiro Grande Otelo.
Em 1986, Babenco concorreu ao Oscar de melhor direção por “O Beijo da Mulher Aranha”, adaptação do livro do escritor argentino Manuel Puig estrelada por Sônia Braga e William Hurt.Com a indicação, ele se tornou o primeiro diretor latino-americano a concorrer ao prêmio.
Mais informações sobre os eventos serão divulgadas em breve.


