A expectativa é que o procurador-geral, Paulo Gonet, só apresente a denúncia no ano que vem. Isso se deve ao grande volume de informações do inquérito e à complexidade do caso. Pela primeira vez, um presidente eleito no período democrático é indiciado como responsável por tramar contra a democracia no país.Investigação reuniu mensagens de celular, vídeos, gravações, depoimentos da delação premiada de Mauro Cid e um conjunto de documentos. Em cerca de um ano, a equipe da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal reuniu um grande conjuntos de elementos, que incluem a minuta de um decreto golpista para decretar “Estado de sítio” no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o vídeo de uma reunião ministerial de Bolsonaro na qual o então presidente chega a afirmar que era necessário agir antes das eleições. “Se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil”, disse o presidente.PF também recuperou diálogos com teor golpista e ouviu relatos que confirmam delação de Mauro Cid. Comandantes do Exército e da Aeronáutica no governo Bolsonaro afirmaram à PF que o presidente chegou a apresentar a eles a minuta golpista e que somente o então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria indicado que apoiaria a iniciativa. Intimado a depor sobre o episódio na PF, Garnier silenciou.Trama incluía até plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. Estratégia detalhada foi encontrada no HD do general da reserva Mario Fernandes, um dos presos pela PF em operação focada nessa tentativa de matar os políticos. Documento fala abertamente em assassinar o presidente e o vice, traça cenários de reação popular e de riscos e lista possíveis armamentos a serem utilizados para alvejar inclusive o ministro do STF.Investigação também aponta que auxiliares de Bolsonaro ajudaram a difundir ataques às urnas. Para a PF, estratégia de questionar a legitimidade da disputa eleitoral fazia parte da estratégia dos militares na trama golpista.
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