Lula e seus assessores mais próximos sabem que há no comando da igreja católica muitos arcebispos identificados com as ideias de Trump. E que há um risco real de que o próximo conclave escolha como sucessor do papa Francisco uma figura que defenda alguma aproximação com o presidente dos Estados Unidos.A tese da aproximação é bem-vista até por alguns bispos progressistas, como forma de se evitar trazer para a Igreja Católica a polarização que já está explicitada na sociedade. No entanto, a maior expectativa no governo brasileiro é de que esta tese não vença. Francisco teria conseguido blindar a igreja católica da onda ultraconservadora.Entre os principais movimentos em favor desse otimismo estariam as reformas e moralizações promovidas pelo papa nos últimos anos. Especialmente a criação, em 2013, do poderoso Conselho de Cardeais – também chamado de G9, ou de C9 – encarregado de sugerir ao papa formas de atualizar os diversos órgãos ligados ao Vaticano. O conselho é composto de 9 cardeais com visões de mundo semelhantes à de Francisco e que passaram a dar o tom das políticas seguidas pela Igreja Católica.A esperança de Lula e seus assessores também reside no fato que Francisco conseguiu nomear mais de 80% dos atuais 120 cardeais que elegerão o novo papa no próximo conclave. Essa torcida é tanto mais fundamental quando se sabe que Trump e os católicos ligados ao presidente dos EUA já estão trabalhando para a tomada de corações e mentes no Vaticano, como conta um texto do Jamil Chade aqui no UOL.Uma das últimas visitas recebidas pelo papa, um dia antes de sua morte, foi a do vice-presidente dos EUA, James David Vance. O vice de Trump é um católico conservador especialmente encarregado pelo chefe de ajudar a forçar o processo de mudança no Vaticano para uma política mais conservadora.Vamos ver quem serão os vencedores dessa disputa.
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