Os dois jogos do Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo são ruins para avaliações. No Maracanã, o Chile, lanterna e já eliminado, é muito fraco e deve atuar com muitos jovens estreantes. Contra a Bolívia, nas alturas, se joga outro futebol.
Ancelotti deve manter a estrutura do jogo contra o Paraguai, quando o Brasil atuou bem, com uma linha de quatro atrás, dois no meio-campo e um meia centralizado e ofensivo, além de dois jogadores pelos lados e um centroavante. É a formação habitual na maioria dos times brasileiros.
Outra opção seria formar um trio no meio-campo com um jogador pelo centro (Casemiro) e um meio-campista de cada lado que marca, constrói e ataca (Bruno Guimarães e Paquetá). Prefiro esta formação, desde que seja uma equipe compacta, com poucos espaços entre os setores. Desse jeito, o time terá três jogadores que marcam no meio-campo em vez de dois, além de dois meias ofensivos no lugar de um.
Com qualquer desenho tático, Casemiro e Bruno Guimarães são titulares no meio-campo. No esquema tático com um meia central ofensivo, Paquetá ou Raphinha são as melhores opções. Raphinha pode atuar pelo centro ou pela esquerda, como faz no Barcelona, se movimentando por todo o ataque ou pela direita, como jogou na maior parte de sua carreira.
Quando Vinicius Junior voltar, deverá ocupar o lado esquerdo, com Raphinha pelo centro ou pela direita. Vinicius Junior, além de Neymar, precisa continuar brilhando para ter lugar certo. Após o jogo contra o Fluminense, Neymar, decepcionado por não ter sido chamado, disse que está bem fisicamente e que ficou de fora por escolha técnica. Ele precisa ter mais senso crítico, pois é nítida a sua dificuldade de terminar as jogadas. Neymar pode ter confundido também a ausência atual de lesão com boas condições físicas.Enquanto a seleção joga, os times vão se preparar melhor para o Brasileirão, especialmente alguns grandes (Vasco, Atlético-MG, Grêmio e Santos) que estão muito perto da zona de rebaixamento. O Atlético-MG possui um time e um elenco para jogar bem melhor, mas, por outro lado, a expectativa sobre a equipe quando iniciou a competição era muito maior do que a realidade. O clube contratou vários jogadores caros, baseado mais em poucos grandes momentos deles do que nos seus desempenhos na maior parte de suas carreiras.
Apesar da evolução científica do futebol e das presenças de muitos analistas especializados nas comissões técnicas dos grandes clubes, ainda há muitos erros e um excesso de gastos nas contratações.
Conhecimento vai muito além da informação. É preciso analisar bem e saber ver.
Verissimo
Em 1998, antes da Copa do Mundo, entrevistei Luis Fernando Verissimo para a ESPN Brasil, no programa “Um Tostão de Prosa”. A conversa foi em Porto Alegre, na casa do tímido, calado e genial escritor, autor de belíssimas crônicas de futebol e de todos os assuntos. Na mesma casa, morou outro grande da literatura, seu pai, Erico Verissimo. O livro “Olhai os Lírios do Campo” impactou minha juventude.
Meses depois do encontro, Luis Fernando Verissimo foi entrevistado por Jô Soares, que brincou com o escritor: “Vi sua entrevista com Tostão; vocês dois iniciaram calados e terminaram mudos”.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
