A correção da tabela do Imposto de Renda prevista no projeto do governo mostra uma situação mais favorável para quem ganha exatamente R$ 5.000 e não possui dependentes.
É o que aponta simulação elaborada por técnicos da Unafisco Nacional com base no Projeto de Lei 1.087/2025, aprovado pela Câmara dos Deputados na última quarta (1º).
“Esse contribuinte, na prática, terá algo próximo a um 14º salário ao longo do ano, graças à isenção total”, afirma o presidente da Unafisco Nacional, Mauro Silva.
A proposta aprovada cria uma faixa de isenção total até R$ 5.000 e aplica um fator de redução progressiva, que reduz o imposto de forma escalonada até os R$ 7.350 mensais.
O estudo mostra que o benefício varia de acordo com o número de dependentes, criando situações distintas entre famílias com rendas similares.
A medida beneficia milhões de contribuintes, mas não corrige a defasagem acumulada da tabela, que passa dos 170%, para as faixas intermediárias e superiores, segundo a entidade.
Ele explica que, diferentemente de um reajuste da tabela do IR, que gera efeitos em todas as faixas, o modelo aprovado concede um benefício restrito a uma faixa específica de renda, sem alterar as alíquotas ou as faixas superiores. “Isso exclui grande parte da classe média do alívio tributário.”
Para ele, a grande limitação da proposta é a falta de correção para quem possui salário acima de R$ 7.350.
“É um avanço parcial, que traz algum grau de justiça para a base da pirâmide, mas mantém a carga desproporcional sobre a classe média. A tabela de simulação mostra, com clareza, que não se trata de uma correção estrutural. A injustiça persiste para uma fatia importante da população”, diz o presidente da entidade.
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