Policiais prenderam neste sábado (9) o suspeito de roubar a arma do cabo PM Johannes Kennedy Santana Lino, baleado em uma abordagem na tarde de quinta-feira (7), em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
Gabriel dos Santos tentou impedir a abordagem e roubou a arma do agente. Ele foi preso por policias do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), da Polícia Civil. O autor dos disparos, Kauan Alison dos Santos, 19, continua foragido. A reportagem não localizou a defesa de ambos até a publicação deste texto.
Atingido no pescoço, Johannes recebeu alta nesta sexta-feira (8) do Hospital das Clínicas, para onde foi levado pelo helicóptero Águia após a ação. O projétil não atingiu nenhuma região vital. Ele perdeu muito sangue, mas foi prontamente atendido no hospital e não correu risco de morte.
De acordo com o Deic, o suspeito foi preso em Mogi das Cruzes, perto da divisa com Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. A prisão foi realizada por policiais da 1ª Delegacia da Disccpat (Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio). Quando percebeu o cerco, Santos se entregou, segundo o departamento. “Familiares do criminoso combinaram o local para a apresentação. A pistola do PM estava em um esconderijo em Paraisópolis, e foi recuperada pelos polícias da 1ª Disccpat.”
O secretário de segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, publicou mensagem nas redes sociais após a prisão do suspeito. “Não vamos descansar até localizarmos também o atirador.”
‘ESTOU PERDENDO OS SENTIDOS, SANGRANDO’
A Folha teve acesso à gravação da câmera corporal do policial, que mostra a perseguição e o momento em que levou o tiro no pescoço, pedindo socorro ao Copom (Centro de Operações da Polícia Militar).
A perseguição começou fora da favela, na Chácara Santo Antonio, na tarde de quinta-feira (7). Ao chegar a uma viela dentro de Paraisópolis, Alison deixou a moto caída e saiu correndo. O policial prosseguiu e o alcançou, gritando “parou, parou!”. O homem parou e colocou as mãos na cabeça por um instante, mas logo voltou a correr no sentido contrário.
O PM deu a volta e alcançou Alison, que, desta vez, partiu para cima do policial, iniciando a briga. Ele chegou a falar “perdi”, quando o PM respondeu “perdeu mesmo”, imobilizando-o no chão. Pelo rádio, Johannes pediu apoio do Copom, enquanto mantinha o homem deitado de bruços no chão.
Nesse momento, um outro homem —Gabriel dos Santos— apareceu e começou a falar que não era para bater em Alison, e o PM respondeu que ele estava roubando. Após alguns instantes de gritaria, Alison tentou se desvencilhar e o PM empunhou sua arma.
Gabriel, então, começou a puxar Alison, falando para o cabo soltá-lo. Quando o PM apontou a arma, Gabriel ficou repetindo “olha essa arma na mão”. Instantes depois, com a imagem encoberta, ouviu-se um tiro, o policial caiu e a dupla correu.
