PF faz operação sobre desvios de emendas em Tocantins - 12/11/2025 - Poder

PF faz operação sobre desvios de emendas em Tocantins – 12/11/2025 – Poder

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (12), uma operação para apurar a possível prática de embaraço à investigação de uma organização criminosa supostamente envolvida no desvio de recursos públicos da Covid-19 e de emendas parlamentares para o fornecimento de cestas básicas.

A ação, chamada de Operação Nêmesis, cumpre 24 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Palmas e Santa Tereza do Tocantins.

Estão entre as buscas endereços do governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), suspeito de fazer parte do esquema de desvio de emendas. A PF chegou a pedir a sua prisão, mas o STJ negou.

As investigações da PF iniciaram na 2ª fase da Operação Fames-19, em setembro, quando o órgão identificou indícios de que alguns investigados teriam usado seus cargos e veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse do grupo.

Isto, segundo a PF, teria causado embaraço às investigações sobre a atuação da organização criminosa ainda em curso e sob sigilo.

“As ações de hoje buscam interromper as ações criminosas voltadas à destruição e ocultação de provas e de ativos e reunir novos elementos que contribuam para esclarecer os fatos, especialmente sobre a participação dos suspeitos e a possível atuação de outros agentes até então não identificados”, disse o órgão.

Os investigadores afirmam que o Governo do Tocantins foi transformado em um “verdadeiro balcão de negócios”.

As apurações ainda revelaram que o núcleo próximo do governador tratava o esquema com deboche, fazia fotos com maços de dinheiro em espécie e elaborava formas de disfarçar entregas fraudulentas.

A Polícia Federal disse ter identificado o pagamento de R$ 550 mil de suposta propina a Wanderlei, relacionada a um contrato de fornecimento de frangos congelados firmado com uma empresa.

O repasse em espécie teria ocorrido em 14 de novembro de 2021, mas o contrato não foi executado nem quitado pelo governo.

Segundo as investigações, a empresa não tinha condições de cumprir o acordo. Ela entregou apenas 15 mil galinhas leves, em vez dos 50 mil frangos previstos, o que resultou em inexecução contratual.

Procurada, a defesa de Wanderlei não se manifestou. Em nota enviada em setembro, ele afirmou que jamais teve qualquer participação, direta ou indireta, na aquisição de cestas básicas durante a pandemia.

“As tentativas de vinculá-lo ao caso se apoiam unicamente em falas de terceiros reproduzidas em investigação policial, sem qualquer prova material ou evidência concreta. Trata-se de deduções precipitadas e sem base na realidade”, diz o texto.



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