Avança no Congresso um projeto de lei que é uma das apostas do governo Lula (PT) para 2026: trata-se do texto que propõe uma reforma no Imposto de Renda, com previsão de isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais. A compensação das perdas viria com a criação de um imposto mínimo para quem ganha a partir de R$ 50 mil mensais e uma alíquota de 10% sobre os super-ricos, aqueles que ganham a partir de R$ 1,2 milhão por ano.
Na semana passada, a oposição e parte do centrão se movimentaram para tentar mudar o texto, acabando com a taxação dos mais ricos. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, disse que a compensação é um problema do governo e “ele que se vire”.
A ideia de taxar os super-ricos tem sido discutida desde o início deste mandato de Lula e ganhou força com o discurso de pobres contra ricos adotado pelo governo e pelo PT depois de uma série de disputas tributárias com a oposição no Congresso.
As discussões em torno da taxação ampliaram não apenas o debate sobre quem deve pagar mais impostos no Brasil, como também o debate sobre quem é pobre e quem é rico. O pertencimento de classe e a análise sobre os chamados super-ricos são o foco do livro ‘Coisa de rico – a vida dos endinheirados brasileiros’, do antropólogo Michel Alcoforado.
O Café da Manhã desta sexta-feira (5) ouve o pesquisador para entender quem são, afinal, os super-ricos brasileiros e por que grande parte deles parece se considerar de classe média. Alcoforado explica como ficou 15 anos imerso na elite brasileira, frequentando os super-ricos e estudando o que eles pensam.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer, Gustavo Simon e Magê Flores, tem roteiro escrito com colaboração de Lucas Monteiro e Daniel Castro e produção de Laura Lewer e Lucas Monteiro. A edição de som é de Raphael Concli e Thomé Granemann.