Ou seja, boicotes têm sido usados ao redor do mundo após denúncias ligando grandes marcas próximas aos consumidores a graves problemas sociais e ambientais, como trabalho escravo, trabalho infantil, racismo, machismo, destruição ambiental.Contudo, um rosário de pesquisas sobre responsabilidade corporativa aqui, na Europa e nos Estados Unidos mostram que o consumidor é um tremendo de um garganta. Atua bem menos do que fala nesses casos. E, normalmente, apenas enquanto o caso está na mídia, que é, por isso, a janela de oportunidade para pressionar para que empresas corrijam esses problemas em sua cadeia produtiva.Ou melhor: para tentar mudar a balança de forças dentro de uma corporação, empoderando momentaneamente setores que apontavam a necessidade de corrigir um comportamento e, assim, continuar lucrando, mas eram engolidos por outros setores que defendiam apenas lucrar para continuar lucrando.Por conta de pressão social, empresas que foram envolvidas em condições análogas às de escravo, por exemplo, tomaram ações para melhorar o controle de suas cadeias produtivas, pois a vinculação de seus nomes com a escravidão costuma gerar até queda de ações na Bolsa de Valores.Como foi o caso da Cosan. Após a sua inclusão, no final de 2009, na “lista suja” do trabalho escravo, o cadastro do governo de responsabilizados por esse crime, grandes redes de supermercados suspenderam a compra de açúcar das suas marcas. E o BNDES decidiu suspender, em caráter preventivo, “todas as operações com a empresa” até que ela saísse da lista. Com isso, as ações tiveram desvalorização de 5,32% na Bolsa de São Paulo no dia 7 de janeiro de 2010.Ou da Zara. No dia 16 de agosto de 2011, veio à público o resgate de trabalhadores em condições de escravidão contemporânea em oficinas de costura que forneciam para ela. Os protestos do público (revoltados que roupas caras foram feitas por escravizados) cruzaram o Atlântico e, no dia 19 de agosto, as ações da espanhola Inditex, dona da Zara e de outras marcas de roupas, fecharam com uma queda de 3,72% na Bolsa de Madri.
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