Presidentes de seis partidos políticos –cinco deles com ministérios no governo Lula (PT)– se reuniram na noite desta terça-feira (19) em jantar em Brasília marcado por discursos sobre buscar uma unidade do campo da direita e centro-direita na eleição presidencial.
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse que o objetivo das conversas é unificar os seis partidos em torno de uma única candidatura. “No pior dos cenários, no segundo turno”, disse o parlamentar, que faz oposição ao governo Lula (PT).
O jantar foi chamado para celebrar a federação entre União Brasil e PP, agremiação oficializada em convenção nesta terça e que firmou uma aliança para disputar unida as próximas duas eleições (2026, nacional, e 2028, municipal).Foram convidados para o jantar os “presidentes de partidos de direita” e governadores desse campo político. O encontro ocorreu na casa do presidente do União Brasil, Antonio Rueda, em uma mansão no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
Participaram os presidentes do PSD, Gilberto Kassab, do PL, Valdemar da Costa Neto, do Republicanos, Marcos Pereira, e do MDB, Baleia Rossi, além de Rueda e Nogueira. O evento foi fechado, e a imprensa pode entrar apenas para tirar fotos, após os discursos.
Com exceção do PL, todos esses partidos possuem ministérios no governo Lula. Parte deles, como União Brasil e PP, afirma publicamente que entregará os cargos na gestão petista, mas alas dessas legendas resistem ao desembarque.
Baleia Rossi disse à Folha que os partidos que estiveram no jantar apoiaram a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e que são parceiros do MDB em vários estados. “Essa discussão [sobre candidatura] será feita pelo partido democraticamente no início do próximo ano”, afirmou.
Três possíveis candidatos à Presidência participaram do jantar: os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, que já se declararam pré-candidatos; e o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que diz ser candidato à reeleição, mas nos bastidores sinaliza com a disputa se tiver apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Brasília Hoje
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Tarcísio afirmou à imprensa, ao sair do encontro, que “o nome [do candidato] é o que menos importa no momento”. O que ficou claro nas falas dos políticos durante o jantar, ressaltou, “é que é preciso construir um projeto de país”. “A gente precisa movimentar esses partidos para que esta agenda possa ser construída já no Congresso”, declarou.
O governador não quis responder sobre o almoço de Lula com integrantes do seu partido, como o presidente Marcos Pereira e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça. “Olha. Não posso nem falar desse almoço. Posso falar do que vi aqui, o ambiente está muito bom”, disse.
Os governadores Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul, foram os únicos pré-candidatos ausentes. A família Bolsonaro também não tinha nenhum representante com este sobrenome, embora o presidente do PL tenha participado.
O governador Ronaldo Caiado defendeu que a unidade desse campo político só será possível no segundo turno, já que Bolsonaro é o único nome da direita com alcance nacional, mas está inelegível e em prisão domiciliar.
Os demais pré-candidatos, afirmou Caiado, só são conhecidos em suas regiões e seriam alvo fácil para o governo federal se houvesse uma única candidatura da direita. “Temos que encarar a realidade: nenhum de nós tem essa capilaridade de unir todas as forças”, disse.
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