Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (16) após projetarem imagens de Donald Trump ao lado do financista Jeffrey Epstein nas paredes do Castelo de Windsor, residência real britânica na qual o presidente dos Estados Unidos será recebido pelo rei Charles 3º em sua segunda visita de Estado ao Reino Unido.
Trump desembarcou em solo britânico no fim do dia e participará, nesta quarta-feira (17), de cerimônias oficiais em Windsor, a cerca de 40 quilômetros a oeste de Londres. Poucas horas antes de sua chegada, manifestantes exibiram um banner com fotos do presidente e de Epstein próximo ao castelo e, em seguida, projetaram imagens semelhantes em uma das torres da fortificação.
Segundo a polícia, quatro pessoas foram detidas sob suspeita de “comunicações maliciosas” após o que foi classificado de “projeção não autorizada” e “ato público de provocação”. No início da madrugada desta quarta, elas continuavam sob custódia.
A manifestação ocorreu no contexto de uma nova onda de repercussão sobre os vínculos de Trump com Epstein, que morreu em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores. No dia 8 de setembro, parlamentares democratas divulgaram uma suposta carta de aniversário escrita por Trump a Epstein há mais de 20 anos. A Casa Branca nega a autenticidade do documento.
A carta, também projetada no castelo, contém um diálogo no qual Trump se refere a Epstein como amigo e deseja que “cada dia seja outro segredo maravilhoso”. O texto aparece acompanhado do desenho de uma silhueta feminina nua. Além disso, foram exibidas em Windsor imagens de vítimas de Epstein, recortes de reportagens sobre o caso e trechos de relatórios policiais.
Embora Trump peça a seus apoiadores que “sigam em frente” sobre o assunto, o interesse público por detalhes dos crimes de Epstein e por possíveis envolvidos permanece alto.
Mais cedo nesta terça, o diretor do FBI, Kash Patel, disse que não há “informações confiáveis” nos arquivos da Polícia Federal americana que indiquem tráfico de mulheres por Epstein. A declaração foi feita no momento em que apoiadores de Trump, muitos deles obcecados pelo caso há anos, criticam o governo. Isso porque aliados radicais do republicano, incluindo Patel, descumpriram a promessa de divulgar uma suposta lista de clientes do empresário caso chegassem ao poder.
Essa promessa gerou uma expectativa de que Trump iria expor crimes sórdidos cometidos por pessoas notórias. Por isso, quando o governo mudou abruptamente de rumo, em julho, e afirmou que a tal lista não existia, muitos apoiadores interpretaram a nova posição como um acobertamento, uma vez que o republicano teve uma amizade de anos com Epstein.
