Então vamos “desregulamentar”. Mas exatamente o quê?. A “desvinculação” diz respeito às verbas carimbadas de saúde e educação? Desvincular a aposentadoria do salário mínimo? Talvez o mínimo entre também na chave da “desindexação”. O “desinvestimento” passa por uma nova rodada de venda de ativos da Petrobrás, por exemplo? Não se sabe. Talvez tenha se explicado aos dinheirentos. O que quer tenha dito, o aplauso já estava planejado antes da fala.. Se candidato, vamos ver que tradução haverá para os pobres.De toda sorte, entende-se que a solução é simples. Tanto é que, diz ele, o problema será “resolvido”. Segundo o governador, o pior Congresso da história (isso, penso eu) tem um “caráter liberal e reformista”. Viu-se ontem, não é mesmo?, com a derrubada de vetos na área ambiental. Entenda-se, nessa particular versão de liberalismo, a autorização para desmatar à vontade. No que respeita às contas dos Estados, o modo desse reformismo consiste em espetar as contas na União. Não menos “liberal” é o jogo do centrão, com o qual ele conta na campanha, com as emendas parlamentares. É evidente que não há Congresso no mundo que torre o correspondente a R$ 50 bilhões por ano em verbas do Orçamento.Faltou lembrar àqueles que certamente o aplaudiram com entusiasmo que, para a área de segurança pública, ele tentou emplacar o D da desinvestigação e do desmonte da Polícia Federal. Como a reação foi grande, optou pela desconversa.Repetiu no evento um dos mantras prediletos da versão “mercadista” da extrema direita: “O Brasil vai quebrar”. Segundo disse, ainda que o presidente Lula seja reeleito, terá de fazer “reformas profundas”, o que o PT não contaria com o apoio do PT porque isso atacaria a sua base eleitoral. Seria conveniente, não sei se o fez, especificar de que base está falando. Refere-se aos pobres e a seu ganho de renda? Logo, temos de concluir que Tarcísio, se presidente, está disposto a derrotar essa base. De quem ele está falando?Isso tudo soa como cantata de Bach em homenagem àquele público — na hipótese, obviamente, de que goste de Bach. Em entrevista concedida ao UOL, Eduardo Bolsonaro disse que Tarcísio é apenas um tecnocrata centrista e que nem mesmo chega a ser de direita. É claro que é um exagero, não é mesmo? Afirmou ainda estar “se lixando” se o acusam de, no mundo dos Ds, “dividir a direita”. Dá de ombros.Com essas suas intervenções “nuzmercáduz, Tarcísio busca se impor como o imperativo categórico da direita e da extrema direita, de modo a não deixar a Bolsonaro alternativa que não seja indicá-lo, vinculado à promessa, claro!, de, se eleito, tentar o despropósito de encaminhar o indulto ou endossar um movimento no Congresso em favor da anistia, tudo de acordo com o “projeto”, ainda a ser criado, que abriga o D da desinstitucionalização.
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