Ucrânia oferece US$ 100 bi em armas a Trump, diz jornal - 18/08/2025 - Mundo

Ucrânia oferece US$ 100 bi em armas a Trump, diz jornal – 18/08/2025 – Mundo

A Ucrânia promete comprar US$ 100 bilhões (R$ 541 bilhões) em armas americanas financiadas pela Europa em uma tentativa tentativa de obter garantias de segurança dos EUA após um acordo de paz com a Rússia, de acordo com um documento visto pelo Financial Times.

Segundo as propostas, Kyiv e Washington também firmariam um acordo de US$ 50 bilhões (R$ 270 bilhões) para produzir drones com empresas ucranianas que têm desenvolvido a tecnologia desde a invasão em grande escala da Rússia em 2022.

Kiev compartilhou as propostas para novos acordos de segurança com os EUA, que não haviam sido divulgadas anteriormente, em uma lista de pontos de discussão com aliados europeus antes de uma reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca nesta segunda-feira (18), segundo quatro pessoas familiarizadas com o assunto.

O documento não especifica quais armas a Ucrânia está solicitando como parte do acordo, mas Kiev tem sido clara sobre seu desejo de comprar pelo menos dez sistemas de defesa aérea Patriot fabricados nos EUA para proteger suas cidades e infraestrutura crítica, além de outros mísseis e equipamentos. O documento não especifica quanto do acordo de drones seria para aquisição ou investimento.

A proposta da Ucrânia visa atrair o interesse de Trump em beneficiar a indústria americana. Questionado nesta segunda-feira, na Casa Branca, sobre mais ajuda militar dos EUA à Ucrânia, Trump disse: “Não estamos dando nada. Estamos vendendo armas.”

O documento detalha como a Ucrânia pretende fazer uma contraproposta aos EUA depois que Trump pareceu se alinhar com a posição da Rússia para encerrar a guerra, após seu encontro com o presidente Vladimir Putin no Alasca na semana passada.

Ele reitera o apelo da Ucrânia por um cessar-fogo que Trump havia defendido, mas depois abandonou depois de sua reunião com Putin em favor da busca por um acordo de paz abrangente.

O premiê alemão, Friedrich Merz, disse a Trump nesta segunda, durante uma parte pública da reunião com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski e outros líderes europeus em Washington, que o bloco gostaria da ajuda do presidente dos EUA para garantir um cessar-fogo antes de quaisquer próximos passos.

“Não consigo imaginar que a próxima reunião aconteça sem um cessar-fogo”, disse ele. “Então, vamos trabalhar nisso e tentar pressionar a Rússia, porque a credibilidade desses esforços que estamos empreendendo hoje depende de pelo menos um cessar-fogo.”

O documento diz que uma “paz duradoura não deve ser baseada em concessões e presentes gratuitos a Putin, mas em um forte quadro de segurança que impedirá futuras agressões”.

Acrescenta que reportagens na mídia russa mostram que o Kremlin não está levando a sério um possível acordo de paz e tem opinião negativa sobre a liderança de Trump, citando comentários depreciativos sobre o presidente dos EUA feitos pelo proeminente apresentador de televisão Vladimir Soloviov.

Em um deles, ele zomba de Trump por “ameaçar” a Rússia, dizendo que Moscou poderia “destruir [os EUA] com armas nucleares”.

A Ucrânia não aceitará nenhum acordo que inclua concessões territoriais à Rússia e insiste em um cessar-fogo como primeiro passo para um acordo de paz completo, segundo o documento.

De acordo com o documento, Kiev também rejeita a proposta que Putin fez a Trump no Alasca de congelar o resto da linha de frente se a Ucrânia retirar tropas das regiões orientais parcialmente ocupadas de Donetsk e Luhansk. Fazer isso criaria “uma base para um avanço adicional e rápido das forças russas em direção à cidade de Dnipro” e permitiria a Putin “alcançar os objetivos da agressão por outros meios”, diz o documento.

A Ucrânia acredita que a tentativa da Rússia de resolver questões territoriais antes de novas negociações sobre um acordo de paz duradouro criaria um fato consumado no terreno, sem fazer nada para garantir a segurança futura de Kiev, segundo o documento.

Kiev também insiste em receber compensação total da Rússia pelos danos de guerra, potencialmente pagos pelos US$ 300 bilhões em ativos soberanos russos congelados em países ocidentais. Qualquer alívio de sanções só deve ser concedido se a Rússia cumprir o futuro acordo de paz e “jogar limpo”, acrescenta o documento.



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