“A gente não pode brincar com a esperança do povo pernambucano”, Afirma Raquel Lyra em meio a projeto de privatização

“A gente não pode brincar com a esperança do povo pernambucano”, Afirma Raquel Lyra em meio a projeto de privatização

Foto: Rafael Vieira/DP
A governadora Raquel Lyra (PSD) se manifestou, nesta sexta-feira (29), a respeito do processo de concessão da gestão do metrô do Recife (Metrorec) para a iniciativa privada. O Metrorec enfrenta uma crise de infraestrutura devido a problemas recorrentes, que causam paralisações frequentes e obras de manutenção.
“Existe uma modelagem junto com o BNDES sendo feita na concessão do metrô. Existem alguns acordos que precisam ser concluídos no que diz respeito aos investimentos necessários para poder fazer uma concessão. A concessão é uma decisão, sim, do Governo do Estado de Pernambuco com o Governo Federal. Eu disse a eles que seria parte da solução, desde que houvessem os investimentos do Governo Federal para manter qualquer tipo de operação de pé”, salientou a governadora.
A conceção oferecida pelo Governo Federal, tecnicamente, não é uma “privatização total”, porque o metrô não deixaria de ser público. O que é concedido é a gestão do metrô, que passa a ser feito por uma empresa privada, que ficaria responsável por fazer investimentos e melhorar o serviço. 
“A gente não pode brincar com a esperança do povo pernambucano. A gente tem que ter um trabalho sério, consistente e é isso que a gente está modelando junto com o Governo Federal”, declarou a governadora, Raquel Lyra.
Para isso acontecer, o Governo Federal precisa colocar muito dinheiro na mesa (cerca de R$ 3 bilhões) para que as empresas privadas tenham interesse em assumir o metrô, já que hoje ele está sucateado. “Isso exige que o Governo Federal faça um aporte de mais de R$ 3 bilhões, como garantia para que qualquer tipo de contrato feito tenha executividade”. “Senão, a gente vai trabalhar aqui sem ter parceiro privado que possa querer esse investimento. E o Governo Federal assumiu essa fala desde o primeiro momento. Isso precisa ser colocado no papel, acertada a manutenção de todos os empregos via CBTU. Seriam mantidas as pessoas que trabalham no metrô, inclusive sendo aproveitadas em eventual concessão”, afirmou Raquel Lyra.
Os opositores às concessões que entregam sistemas à iniciativa privada argumentam sobre a tendência nacional de projetos semelhantes em outros estados quem resultam em aumento das tarifas, precarização das condições de trabalho e perda do controle público sobre um serviço essencial, que deve priorizar o interesse social e não o lucro.
A governadora ressalta que toda essa discussão está em andamento. “A gente precisa sentar e fechar os pormenores que tratam da garantia do contrato da execução, para que a gente possa ter uma operação sustentável”, disse Raquel Lyra.
 
Matéria por Luis Eduardo



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