Tapume de 100 milénio imóveis continuam sem vontade elétrica na Grande São Paulo, segundo informações da concessionária Enel. O apagão se estende desde a última sexta-feira (11), quando um temporal atingiu a região. Segundo a empresa, tapume de 7,6 milénio se referem a ocorrências registradas na sexta-feira e no sábado (12).
Morador do Jardim São Luís, zona sul da capital paulista, Daniel Sousa sofreu por três dias os impactos da falta de vontade elétrica, que se refletiram em desabastecimento de chuva nos apartamentos e perda de provisões. Ele, a esposa e a filha tiveram de se transmitir até o Shopping Morumbi para conseguir carregar celulares.
“Esses dias foram um caos completo, porque a gente mora num condomínio grande, com sete torres, onde moram mais de 2 milénio pessoas, e a consequência imediata dessa falta de vontade durante todo esse tempo foi que a gente acabou ficando sem chuva também, porque as bombas das caixas são elétricas”, contou à Filial Brasil. Sem vontade, as bombas não jogavam chuva para as caixas.
“Para fazer a utilização de chuva da rua, a gente precisava descer até o subsolo do condomínio, ou nas áreas comuns, para ter chegada a torneiras, e subir para o apartamento com balde pelas escadas de incêndio – sem luz de emergência, porque elas não aguentaram muito tempo, enfim, foi terrível”, contou o morador.
Houve queda de árvore na rua de Daniel, mas ela só foi retirada pela prefeitura depois que a prelo divulgou a situação. “Uma árvore muito grande, inclusive. Só foi retirada na segunda-feira, no início da tarde, em seguida esses canais terem vindo fazer reportagens, aí o caminhão da Enel e da prefeitura apareceram cá pra principiar a trabalhar”, disse.
Também na zona sul, a moradora do Parque Bristol Cristine Lore Cavalheiro relatou que árvores caíram nos bairros vizinhos ao dela, num relâmpago de 1 a 2 quilômetros de sua moradia. Somente ontem à noite, quando retiraram uma árvore próxima que havia tombado, é que a vontade elétrica voltou.
“Demoraram para tirar [árvore], desde o dia que caiu até ontem. Tanto que tiraram ontem essa árvore cá do bairro vizinho a 1 quilômetro, e só assim, às 7h da noite, é que nós tivemos a liberação da vontade cá na minha moradia”, disse. Ela chegou também a se transmitir para um clube em São Bernardo do Campo para recarregar equipamentos porquê celular, carregador e tablet.
“O que mais me atrapalhou foi eu não poder ter cozinhado, eu ter a comida que eu tinha dentro da geladeira toda estragada, tinha um monte de coisas, um monte de comida pronta dentro do freezer que eu tive que jogar fora e eu não ter podido cozinhar nenhum desses dias”, disse. Outrossim, ela contou que o marido teve problemas na sua rotina de trabalho a intervalo por conta da falta de vontade.
Prejuízos em serviços
A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) informou que fez notificação à Enel para que a concessionária restabeleça a vontade, de forma urgente, em estabelecimentos da capital e da região metropolitana que sofrem com o apagão desde sexta-feira. Até ontem, a entidade já contabilizava mais de R$ 150 milhões em perdas para o setor.
O documento protocolado pede que a Enel, em caráter emergencial, institua um meato permanente para o registro de reclamações e a fenda e o comitiva de chamados de hotéis, bares e restaurantes, além do ressarcimento a empresários pelos prejuízos decorrentes do apagão.
“Nosso setor é formado por 97% de micro e de pequenos empresários. Essas empresas não têm lucro; elas dependem da receita diária para a própria subsistência. Sabemos que a Enel não controla o vento e a chuva. Mas, é fundamental que tenha um projecto de contingência emergencial para solucionar os problemas num espaço de tempo razoável”, disse, em nota, o diretor executivo da Fhoresp, Edson Pinto.
Os prejuízos, segundo a federação, incluem o não faturamento dos dias parados pela falta de vontade elétrica, perda de mercadorias por pouquidade de refrigeração e equipamentos queimados devido à oscilação de vontade. A entidade abarca mais de 20 sindicatos patronais que representam 502 milénio estabelecimentos no estado. Segundo a Fhoresp, tapume de 250 milénio negócios foram diretamente afetados pelo apagão.
Ainda de pacto com a federação, o apagão que atingiu a Grande São Paulo em novembro do ano pretérito – também decorrente de fortes chuvas – significou prejuízo de R$ 500 milhões para o setor.
Justiça
Por culpa do apagão, a prefeitura de São Paulo decidiu ingressar na Justiça para solicitar que a Enel restabeleça imediatamente a vontade elétrica em vários pontos da cidade. A petição foi enviada na segunda-feira (14) para a 2ª Vara de Herdade Pública de São Paulo. A empresa informou que segue “trabalhando para restabelecer a vontade para tapume de 100 milénio clientes na Grande São Paulo”.