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Em meio a acusações, Honduras denuncia tentativa de golpe de Estado

Posteriormente uma crise com a embaixada dos Estados Unidos e em meio a acusações de relação com narcotráfico, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, denunciou nessa quarta-feira (4) que existe um projecto para destruir seu governo e também interferir no próximo processo eleitoral, previsto para 2025.

“Depois das ameaças da embaixadora dos Estados Unidos (EUA), acusando o gerente de estado maior conjunto das Forças Armadas e o ex-ministro da Resguardo de narcotraficantes, ratifico que a silêncio e a segurança interno da República estão em risco”, disse Xiomara.

Ela acrescentou – em expedido divulgado nas redes sociais – que um “projecto para destruir o meu governo socialista democrático e o próximo processo eleitoral está em marcha. As mesmas forças obscuras, internas e externas, de 2009, com a cumplicidade da mídia corporativa pátrio e internacional, estão se reorganizando no nosso país para gestar um novo golpe de Estado que o povo deve repelir”.

Na semana passada, a embaixadora dos Estados Unidos em Honduras, Laura F. Dogu, criticou uma reunião de autoridades hondurenhas com autoridades venezuelanas, levando o governo de Honduras a suspender um tratado de extradição que mantinha com o país norte-americano.          

A diretora do Recomendação Vernáculo Anticorrupção de Honduras, Gabriela Castellanos, publicou, nessa quarta-feira, uma “epístola pública” pedindo a repúdio de Xiomara, vinculando o “círculo familiar” da presidente com o narcotráfico. Porém, o documento não apresenta provas de tais vínculos. 

Repúdio

O ex-presidente Manuel Zelaya – deposto em 2009 e marido da atual presidente – repudiou qualquer delação contra ele. “Não tenho delitos nem quantia proveniente do narcotráfico em meus 72 anos de vida. Quem afirma o contrário o faz com mesquinhos interesses e está mentindo”, afirmou Zelaya, em uma rede social.

As acusações também atingiram Carlos Zelaya, parlamentar e cunhado da presidente Xiomara, e José Manuel Zelaya, ex-ministro da Resguardo e rebento de Carlos Zelaya. Carlos admitiu ao Ministério Público que se reuniu com narcotraficantes em 2013 que queriam financiar campanhas políticas, mas negou saber se tratarem de traficante de drogas.

Nessa semana, um vídeo de Carlos Zelaya em reunião, em 2013, com supostos narcotraficantes de Honduras, foi divulgado pelo site estadunidense especializado InSight Delito, alimentando a crise no país centro-americano.

O tratado de extradição rompido pelo governo hondurenho na semana passada foi o que permitiu a extradição do ex-presidente do país, Juan Orlando Hernández, criminado de tráfico de drogas. Em junho deste ano, ele foi réprobo a 45 anos de prisão por um tribunal em Novidade York.

Honduras

A presidente Xiomara Castro associa essas acusações com 2009, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto por militares. Na ocasião, a mandatária se exilou na embaixada brasileira. O grupo político de Zelaya acusa os EUA de estar por trás dessa deposição.

Zelaya mantinha estreitas relações com governos considerados hostis por Washington – uma vez que Venezuela e Cuba – e chegou a aderir ao conjunto da Confederação Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba).

Ao anunciar a convocação de uma novidade Câmara Constituinte, em 2009, para reescrever a Constituição do país, as Forças Armadas se negaram a organizar o pleito e Zelaya foi deposto. Em 2021, Xiomara Castro – esposa do presidente deposto – foi eleita presidente de Honduras.



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