A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Lavoura (IICA) preparam entendimento de cooperação, a ser estabelecido até o final do ano, para viabilizar a capacitação de técnicos de países africanos em unidades da estatal brasileira. A epístola de intenção entre as duas instituições já foi assinada.
Os recursos, inicialmente de US$ 100 milénio, serão do Fundo José Irineu Cabral, nome do primeiro presidente da Embrapa. O fundo foi criado pelo IICA para a cooperação. O quantia vai servir para remunerar bolsas de três a seis meses a 30 técnicos que atuem com extensão rústico, transferência ou pesquisa. Eles poderão levar conhecimento e multiplicar a capacitação em seus países.
A expectativa do diretor-geral do IICA, Manuel Otero, é de que as capacitações da Embrapa ajudem a virar “o grave problema da degradação do solo na África”, com estratégias que espelhem nas áreas da savana africana. “O que o Brasil alcançou com o desenvolvimento dos cerrados.”
Segundo Otero, “se na África pudessem utilizar secção da tecnologia que o Brasil desenvolveu com os cerrados, reverteria grande secção do multíplice quadro de fragilidade do solo que o continente africano tem hoje, e onde o Brasil já deu provas cabais de que tem as respostas adequadas.”
A cooperação pode aumentar a produção de vitualhas em culturas que também fazem secção da dieta tradicional dos países africanos uma vez que mandioca, inhame, arroz, feijoeiro e outras leguminosas, além de hortaliças, frutas, produção de sementes e insumos.
De entendimento com Marcelo Morandi, gerente da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, a cooperação poderá se estender para a produção de etanol. “Em muitas regiões lá, a questão da segurança energética é um fator também preponderante para o desenvolvimento humano e até mesmo para gerar oportunidades, de modo que haja outras atividades inclusive na produção de vitualhas”, detalha.
Soft power
“O mais relevante dentro dessa parceria é a mostra da preço que a ciência agropecuária tem no Brasil em termos de cultivação tropical, sustentabilidade e desenvolvimento. O Brasil se tornou referência e a Embrapa é o ícone dessa referência. Nós temos esse soft power muito importante: um pai de soluções que podem ser adaptadas para diversos países que precisam desenvolver a produção de vitualhas”, diz Morandi.
Ainda não há cronograma detalhado sobre seleção e recrutamento de bolsistas e nem em quais das 43 unidades da Embrapa serão realizados treinamentos. Também não está determinado de quais países virão os bolsistas – o continente africano tem 54 países.
“Estamos detalhando o entendimento para verificar quais são aqueles conhecimentos que a gente pode fortalecer. A expectativa é de que até o final deste ano tenhamos todos os acordos firmados [com o IICA] e, logo, nós vamos manter contatos também com as instituições africanas [como a União Africana e Aliança para a Revolução Verde na África – Agra], tendo em vista a seleção de bolsistas e de unidades que irão recebê-los.”
Futuras ações da Embrapa na África poderão ter escora em escritório de cooperação que o governo brasiliano terá junto à Embaixada do Brasil em Addis Ababa, capital da Etiópia e sede da União Africana.