Itamar Vieira conversa com estudantes na Fliparacatu sobre Chupim

Itamar Vieira conversa com estudantes na Fliparacatu sobre Chupim

Itamar Vieira Júnior acredita que tudo tem seu tempo. E, para ele, chegou o tempo de relatar histórias para as infâncias. O plumitivo do premiado Torto Arado conversou na manhã desta quinta-feira (29) sobre seu primeiro livro para todas as idades na 2ª edição do Festival Literário de Paracatu (Fliparacatu).

A obra Chupim conta a história do menino Julim com o pássaro, que é considerado uma praga no arrozal da família. Durante o evento na cidade mineira, o responsável contou que o livro veio para contratar infâncias. A dele foi a primeira. E ele participou de todo o processo, desde a escolha do papel, o tamanho do livro, às ilustrações, feitas pela artista plástica, Manuela Navas.

“O responsável, a editora, a ilustradora, tiveram essa intenção de fazer um objeto-livro que pudesse ser considerado, que tivesse conforto para as crianças pegarem. A disposição desse texto, as imagens, as cores escolhidas, o tipo de papel, tudo foi um trabalho muito pensado, muito compartilhado entre todos. Eu tava muito empolgado, entusiasmado. Porque era meu primeiro livro para a puerícia. Eu entendo a valor que o livro tem para a formação do cidadão, das pessoas nessa tempo. Foi nessa tempo que eu me formei leitor, que eu me formei plumitivo. Comecei com um pouco de receio, será que chego nesse lugar que quero chegar? Mas terminei muito entusiasmado com o resultado e com vontade de voltar pra esse lugar”, afirma o responsável.

Brasília (DF) 29/08/2024 – Itamar Vieira conversa com estudantes sobre Chupin na 2ª Edição da Fliparacatu – Fliparacatu/Divulgação

O livro chegou às livrarias no dia 9 de agosto e Itamar comemora o encontro com os pequenos. Muitas dessas crianças já tinham se encontrado com o responsável, levadas pelos pais, leitores de Torto Arado, Doramar ou a Odisseia e Salvar o Queima, seus outros livros publicados. E agora recebem uma história sensível, escrita para eles. E não fogem do debate. “O leitor, o público infantil, tá muito discreto ao mundo à sua volta. Logo, eles contribuem muito pra essa discussão, esse debate. Falam das suas impressões, falam que já escrevem. A leitura já faz segmento do cotidiano dessas crianças”, observa Itamar.

Uma dessas pequenas leitoras-escritoras é a Maria Flor, de 11 anos. Interessada, fez a leitura do livro já durante a conversa com o responsável. E revelou que é uma poetisa. “Eu escrevo verso do que eu paladar. Desde pequenininha eu falava verso e minha mãe gravava uns vídeos”. Ela diz que gosta de ortografar sobre tudo e que tem poemas sobre a natureza e em homenagem à mãe. Maria Flor patroa ler e destacou a “leveza e a liberdade” que a leitura do Chupim despertou nela.

Esse olhar da Maria é o que Itamar espera despertar em todos, crianças e adultos. Um olhar de carinho e de afeto. Ele diz confiar que a puerícia é um estado que nunca acaba. Por isso, prefere proferir que o livro é uma “literatura para as infâncias”. Todas as infâncias que são capazes de se maravilhar com o mundo, de se maravilhar e de se surpreender. Aliás, ele espera que Julim e Chupim possam ensinar um pouco do reverência pela puerícia e pelos olhares da moço no encontro com a natureza, “que ainda é um encontro de muito afeto e muito guarida”.

“A moço ainda não se tornou nesse grande predador que o varão muitas vezes se torna. Explorando o envolvente e levando muitas coisas ao colapso. Logo, talvez essa história nos ajude a retornar pra esse momento, onde sentimos verdadeiro interesse pelas coisas, pela vida, pela natureza, pelo envolvente. Eu acho que eles sabem cuidar das coisas melhor do que nós sabemos. Pelo menos eles pensam e seria muito bom se não perdessem isso”, finaliza o responsável.

*Repórter viajou a invitação da organização da Fliparacatu

 

Acompanhe a entrevista do responsável no programa Na Trilha das Letras, da TV Brasil.



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